Caminhoneiros bloqueiam vias em protesto contra restrições em SP; rodízio é suspenso

Manifestações acontecem em pelo menos dois pontos da capital paulista; governo afirmou que ir contra as medidas restritivas é ‘ignorar a morte de 60 mil pessoas no Estado’

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2021 08h26 - Atualizado em 05/03/2021 14h30
Reprodução/ Jovem Pan Caminhoneiros manifestam contra Fase Vermelha em SP Os protestos causam congestionamento em todo o entorno da Marginal, principalmente na altura da Ponte dos Remédios

Caminhoneiros protestaram nesta sexta-feira, 5, contra as medidas adotadas pelo governador do Estado de São Paulo, João Doria. A manifestação aconteceu em pelo menos dois pontos da cidade. Na Marginal Tietê, sentido da Rodovia Ayrton Senna, que chegou a apresentar 10 km de congestionamento, e na Zona Sul da capital paulista, no Terminal Varginha. Os manifestantes reclamam do retorno da Fase Vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva. As novas restrições no Estado entram em vigor neste sábado, 6, com o objetivo de frear a transmissão do coronavírus e reduzir o número de internações, casos e óbitos pela Covid-19. Por volta das 11h30, os carros circulavam na Marginal Tietê com um tráfego melhor e liberação das vias. Agora, os caminhoneiros seguem em direção à Petrobras, na Rodovia Castello Branco, para decidir os próximos passos, mas com um número menor de manifestantes. Segundo apurou a reportagem da Jovem Pan, alguns motoristas disseram que foram pegos de surpresa pelo protesto na Marginal Tietê e que não estavam participando por vontade própria.

As manifestações causaram congestionamento em todo o entorno da Marginal, principalmente na altura da Ponte dos Remédios, principal foco do protesto. Desde as primeiras horas da manhã, apenas carros conseguiam passar por uma das faixas liberadas — enquanto caminhões eram impedidos de seguir viagem. As manifestações causaram, ainda, reflexos em outras estradas que ligam o interior do Estado à capital paulista. O principal reflexo aconteceu na Rodovia Castello Branco, onde o trânsito começou antes do pedágio de Alphaville. Considerando a situação, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu o rodízio municipal de veículos em São Paulo. Segundo o órgão, além da Marginal Tietê, outoas corredores principais, como a Radial Leste, também registraram congestionamento e enfrentam reflexos da paralisação.

Em nota, o governo paulista afirmou que ir contra as medidas restritivas do Plano São Paulo é “ignorar a morte de 60 mil pessoas no Estado, que contabiliza mais de sete mil pacientes nesse momento deitados em leitos de UTI”. Segundo o comunicado, a decisão de ampliar as restrições de circulação de pessoas e funcionamento das atividades econômicas foi uma recomendação pelo aumento de casos, internações e mortes pela Covid-19. “O protesto é um boicote ao esforço dos profissionais de saúde que lutam para salvar vidas em meio a uma pandemia”, diz o texto e “uma forma de tentar camuflar a realidade macroeconômica que o país”, com aumento nos combustíveis, na dívida pública e nos alimentos. Para finalizar, o governo reconhece a gravidade da crise econômica e reforça que “mantém canal aberto com todos os setores e representantes de associações”.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.