Carlos Bolsonaro é investigado por suspeita de ter mantido funcionários ‘fantasmas’

Apurações ocorrem após denúncias de supostas irregularidades no escritório do irmão Flávio Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 11/09/2019 19h10
Reprodução/Twitter Justiça verificou que muitas pessoas que trabalharam com Flávio também estavam ligadas à Carlos

Após as denúncias de supostas irregularidades no escritório do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), enquanto Fabrício Queiroz era seu assessor, o outro filho de Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC) está sendo investigado em dois procedimentos do Ministério Público do Rio (MP-RJ) por suspeitas de ter mantido funcionários “fantasmas” em seu gabinete na Câmara Municipal.

As investigações, que estão sob sigilo e foram reveladas pela revista Época, correm em duas esferas: a criminal, que está nas mãos do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, com auxílio do Grupo de Atribuição Originária Criminal (Gaocrim); e a cível, na qual se verifica se houve improbidade administrativa.

As investigações contra Flávio, que apuram as práticas de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, estão suspensas por terem usado informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sem autorização judicial prévia. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, suspendeu provisoriamente todos os casos enquadrados nesse perfil.

Esses procedimentos contra Carlos, contudo, não têm relação com dados de movimentações financeiras fornecidos por órgãos de controle – e, portanto, podem ser tocados normalmente pelo Ministério Público. Procurado para comentar o caso, o vereador não foi localizado. Ele pediu licença da Câmara nesta terça-feira (10) para acompanhar o pai, que passou por uma cirurgia, no hospital.

Quando a Justiça autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Flávio e de outras 85 pessoas e nove empresas ligadas a ele, verificou-se que várias delas também haviam trabalhado com o presidente Jair Bolsonaro e com Carlos – inclusive no período considerado pela quebra de sigilo, entre janeiro de 2007 a dezembro de 2018. No entanto, se o MP estadual encontrasse alguma irregularidade relacionada ao presidente, o caso teria que ser remetido à Procuradoria-Geral da República.

Câmara do Rio muda padrão de resposta via Lei de Acesso à Informação

Muitos dos casos revelados pela imprensa sobre supostos funcionários fantasmas, incluindo o dos dois ex-assessores ligados a Queiroz no gabinete de Carlos Bolsonaro, foram descobertos por meio da Lei de Acesso à Informação. A Câmara do Rio, no entanto, mudou o padrão de resposta a esse tipo de solicitação – sobre emissão de crachás e registros de entrada na Casa – depois que as reportagens foram publicadas.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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