Caso Marielle Franco: Polícia Federal diz que imagens das mortes foram ignoradas

Relatório com cerca de 87 páginas indica que gravações de câmeras de segurança que poderiam ter ajudado na identificação dos assassinos não foram buscadas intencionalmente

  • Por Jovem Pan
  • 11/08/2024 17h33 - Atualizado em 11/08/2024 17h34
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Guilherme Cunha/Alerj Marielle Franco A vereadora Marielle Franco foi assassinada em 2018

A Polícia Federal entregou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um relatório que revela que imagens cruciais para identificar os assassinos de Marielle Franco foram ignoradas por policiais indiciados. Segundo o documento, agentes da cúpula da Polícia Civil, incluindo os delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, além do comissário Marco Antônio de Barros Pinto, conhecido como Marquinhos, agiram para atrapalhar as investigações sobre os assassinatos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O relatório, com cerca de 87 páginas, indica que imagens de câmeras de segurança que poderiam ter ajudado na identificação dos assassinos não foram buscadas intencionalmente. Essa omissão é caracterizada como obstrução e está sendo investigada paralelamente ao inquérito que acusa os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como mandantes do crime e o delegado Rivaldo Barbosa como mentor dos assassinatos. A Polícia Federal analisou documentos e o conteúdo de celulares apreendidos em março deste ano, durante a operação que prendeu os irmãos Brazão.

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Entre os novos depoimentos colhidos pela Polícia Federal está o do atual secretário de Polícia Civil, Marcos Amim. Ele afirmou que, uma semana após as mortes de Marielle e Anderson, encontrou Rivaldo Barbosa e deu sugestões para o caso, mas o delegado teria se negado a ouvir e orientado que ele procurasse Giniton Lages. O relatório concluiu que Giniton tinha conhecimento desde o início da investigação de que Ronnie Lessa era um potencial suspeito, mas não avançou na captação de imagens na Avenida Lúcio Costa, na orla da Barra da Tijuca. A defesa de Rivaldo Barbosa alegou que ele era o chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro na época e não cuidava de investigações. A defesa de Giniton Lages expressou surpresa com o relatório, afirmando que ele prestou todos os esclarecimentos à Polícia Federal na última sexta-feira (9).

*Com informações do repórter André Anelli

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