Caso Miguel: Sarí Corte Real é interrogada por juiz no Recife
Advogado de defesa acredita que próximas etapas do processo devem ocorrer em novembro
Na manhã desta quarta-feira, 15, Sarí Corte Real foi a interrogatório judicial no Recife pela morte do menino Miguel, de cinco anos, que caiu de uma altura de 35 metros, do nono andar de um prédio no centro da cidade, após ser deixado sozinho por ela no elevador. A mãe do menino, Mirtes Renata de Santana, trabalhava como empregada doméstica para Sarí e havia levado o filho à casa da patroa por não ter com quem deixar o menino. Segundo a defesa da ex-primeira-dama do município de Tamandaré, no litoral pernambucano, o interrogatório foi “ameno” e as próximas etapas do julgamento devem ocorrer em novembro.
“O interrogatório ocorreu em um clima bem ameno. O juiz que presidiu o ato estava muito tranquilo, muito sereno. Ocorreu tudo bem durante um depoimento que durou mais de uma hora”, contou o advogado de Sarí, Pedro Avelino. Ele ainda explicou as próximas etapas: “Agora, o processo segue para as alegações finais do Ministério Público (MPPE) para depois ir para a assistência de acusação, que é uma figura processual que não existe em todos os processos, mas que hoje é representada pela mãe de Miguel. Só então a defesa vai poder fazer as alegações finais e o processo ficará pronto para ser julgado”.
O juiz responsável pelo interrogatório foi José Renato Bizerra, da 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital. Antes de interrogar Sarí, ele ouviu as duas últimas testemunhas do caso, uma presencialmente e uma por videochamada. Ao total, oito testemunhas foram ouvidas. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, a audiência de hoje começou por volta das 9h30 e terminou às 11h40. As próximas etapas do processo são as alegações finais do MPPE, do assistente de acusação e da defesa, para, na sequência, o juiz proferir a sentença.
Relembre o caso
Em 2 de junho de 2020, Miguel Otávio de Santana, de cinco anos, morreu depois de cair de uma altura de aproximadamente 35 metros, do nono andar de um prédio conhecido como Torres Gêmeas, no centro do Recife. O menino foi deixado sozinho por Sarí Corte Real no elevador após ela apertar o botão que o levaria à cobertura. A mãe do menino, Mirtes Renata, empregada doméstica no apartamento de Sarí, passeava com o cachorro dos patrões no momento do acidente. Desde então, ela acusa a patroa de ser a responsável pela morte de Miguel. No dia do incidente, Sarí foi autuada em flagrante delito pela Polícia Civil por homicídio culposo, mas pagou uma fiança de R$ 20 mil e foi liberada para aguardar o julgamento em liberdade. Após as investigações e apurações da perícia científica, o delegado responsável pelo caso, Ramon Teixeira, mudou a tipificação do crime antes de enviá-lo ao Ministério Público, que, por sua vez, denunciou a mulher por abandono de incapaz com resultado em morte, com as agravantes de cometimento de crime contra criança e em ocasião de calamidade pública [pandemia da Covid-19]. Caso seja condenada na Justiça, Sarí poderá pegar até 12 anos de prisão.
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