Cerveró vai pagar R$ 18 milhões à Petrobras por corrupção

  • Por Estadão Conteúdo
  • 03/06/2016 10h31
Depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista da Petrobras do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró (José Cruz/Agência Braisl) José Cruz/Agência Brasil Nestor Cerveró

O ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, deixará a prisão no próximo dia 24 de junho, mas terá que devolver aos cofres públicos mais de R$ 18 milhões por conta da sua participação no esquema de corrupção da estatal, desmembrado através da Operação Lava Jato.

Os valores serão devolvidos para a companhia e a para União. Além da quantidade em dinheiro, ele também terá que repassar à Petrobras 10.266 em ações da empresa. Se não cumprir o combinado, ele poderá perder imóveis, terrenos e uma fazenda, propriedades estas espalhadas por cidades como Rio, Petrópolis e Teresópolis.

Ao deixar a cadeia nas próximas semanas, ele terá que cumprir prisão domiciliar, não podendo se ausentar da sua casa pelo prazo de um ano e seis meses.

Os termos do acordo de delação premiada foram negociados com a Procuradoria-Geral da República e homologados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no fim do ano passado. Na última quarta-feira (2), o documento foi tornado público.

O arranjo foi fechado depois de vir à tona o esquema do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) para tentar comprar o silêncio de Cerveró e evitar que o ex-diretor fizesse a delação.

Ex-executivoda área internacional da Petrobras, ele está preso desde janeiro de 2015. Em sua delação, ele afirma que a presidente afastada Dilma Rousseff mentiu sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e que ele “supõe” que soubesse que políticos do PT recebiam propina.

Ele também implica políticos do PMDB, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que teria lhe chamado, em seu gabinete, para reclamar da “falta de propina”.

Cerveró também afirma que, entre as supostas irregularidades que presenciou na Petrobras durante os governos do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), está a contratação de uma empresa ligada ao filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso.

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