Colegas de Moro avisam que “não se curvarão a condutas antirrepublicanas”

  • Por Agência Estado
  • 18/03/2016 14h50
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O juiz federal Sergio Moro participa na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado de audiência pública sobre projeto que altera o Código de Processo Penal (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil Juiz Sérgio Moro - Fotos Públicas

Em meio à crise política e à explosão das ruas, cerca de quinhentos juízes federais de todo o País declararam apoio a Sérgio Moro, o magistrado que comanda a Operação Lava Jato.

Alvo de críticas da presidente Dilma Rousseff e do PT, Moro tornou público na quarta-feira, 16, o acervo de grampos telefônicos da Operação Aletheia. O alvo da interceptação era o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, quem ligou para ele caiu na malha fina do Guardião, a mais poderosa ferramenta do grampo.

Dilma ligou para Lula na tarde do dia 4 de março, poucas horas depois que seu antecessor foi levado de forma coercitiva pela Polícia Federal para depor. A presidente também telefonou para seu antecessor na tarde de quarta-feira, 16, pouco depois de Moro mandar suspender a escuta. Nesta sexta-feira, 18, Dilma disse que “é crime mandar grampear o presidente da República”.

Na noite de quinta-feira, Moro disse que “aqui até príncipe está sujeito à lei”. O juiz disse que “não pode colher provas no âmbito de uma investigação criminal e compartilhar essas provas para fins privados ou para finalidades não permitidas pela lei”. Ele esclareceu que a lei autoriza o compartilhamento “quando há interesse justificável”.

O manifesto dos quinhentos juízes foi divulgado “diante dos recentes desdobramentos da Operação Lava Jato, em especial os relatos de diálogos entre a Presidente da República e o ex-presidente Lula”.

Os magistrados declaram “irrestrito apoio às decisões que foram proferidas, em Curitiba, pelo juiz federal Sérgio Moro”.

“Ao atuar de maneira firme, comprometida e alinhada à Constituição Federal, Sérgio Moro reflete o ideal de um Poder Judiciário independente e autônomo, que não se curva a condutas ilícitas e antirrepublicanas”, diz o texto. “A banalização da corrupção e a cultura da impunidade devem ser página virada em nosso País. Sigamos vigilantes e firmes!”, concluem os juízes.

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