Comissão parlamentar externa de investigação de crimes na região Norte realiza a 1ª visita a Atalaia
Comitiva se reúne com representantes indígenas e com a Força Tarefa montada para achar os culpados pelas mortes de Dom Phillips e Bruno Pereira
A comissão temporária parlamentar de investigação à criminalidade na Amazônia fez a primeira visita oficial a Atalaia do Norte, na última quinta-feira, 30. O assassinato violento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira levou à criação do grupo que pretende fazer um levantamento paralelo ao da Polícia Federal para entender a violência na região e as circunstâncias das mortes. Além do presidente da comissão Randolfe Rodrigues (Rede- AP), os senadores Fabiano Contarato (PT- ES), Leila Barros (PDT-DF) e Eduardo Velloso (União -AC) e os deputados José Ricardo (PT-AM), Joenia Wapichana (Rede- RO), Vivi Reis (PSL-PA), João Daniel (PT-SE), Rodrigo Agostinho (PSB-SP), Erika Kokay (PT-DF), Reginaldo Lopes (PT-MG) estavam na comitiva que desembarcou no Norte. Lá se reuniram com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), que também fizeram buscas por Dom e Bruno. O Vale do Javari é a segunda maior reserva e muito conhecida por ser uma região de conflitos violentos.
Os parlamentares receberam documentos e ouviram relatos sobre as ameaças de violência que sofrem os indígenas, durante a reunião. Também foram recebidos pela Força Tarefa que atua na região, formada pelas polícias Civil, Militar e Federal, além da Marinha e do Exército. O senador Rodrigues já voltou, mas alguns membros da comissão permaneceram no local. A visita é considerada crucial para a investigação. Vale lembrar que o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, publicou levantamento esta semana que colabora com as investigações. O local carece de atenção e de uma política pública para disseminar a criminalidade. Segundo as estatísticas, das 30 cidades mais violentas do Brasil, a maior parte, 13, está nas áreas rurais do Norte. A região virou rota do narcotráfico e de atividades econômicas exploratórias ilegais, como mineração, pesca e extração de madeira. Trata-se de um mercado paralelo que coloca em risco os povos da floresta, que viraram guardiões da florestas, e o equilíbrio da Amazônia, que é o grande ativo do País.
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