Mesmo com suspeitas de coronavírus no Brasil, não há necessidade de usar máscaras nas ruas

Em entrevista à Jovem Pan, a diretora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Helena Sato, explicou quais cuidados é possível tomar

  • Por Rafaela Lara
  • 30/01/2020 12h10 - Atualizado em 30/01/2020 12h11
EFE/EPA/JEROME FAVRE Para especialista, "não há necessidade de pânico"

Embora o Ministério da Saúde tenha confirmado que há 9 casos suspeitos de coronavírus no Brasil, ainda não é necessário o uso de máscaras nas ruas como forma de proteção — como vem acontecendo na China, onde a doença começou a se espalhar. A informação é da diretora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Helena Sato. No entanto, segundo ela, alguns cuidados podem ser tomados.

“Não há necessidade de máscara. Não precisa de andar de máscara pela cidade ou no trabalho, mas devemos relembrar alguns cuidados, como lavar as mãos adequadamente ao longo do dia, ao tossir e espirrar cobrir o nariz e a boca. Essas medidas estão mantidas e são importantes”, disse em entrevista à Jovem Pan.

Os três casos suspeitos de coronavírus na cidade de São Paulo, se confirmados após os resultados dos exames — que devem ficar prontos em até 15 dias –, serão investigados em profundidade pelos órgãos de saúde estaduais e municipais, que trabalham em conjunto desde a notificação da suspeita.

“Em caso positivo, nós iremos avaliar e rever todos os possíveis contatos desses pacientes, algo que já vem sendo realizado, e vamos repassar e avaliar quais desses comunicantes apresentam o conjunto de sintomas. Não há necessidade de transferência para hospitais. Estamos falando de uma doença de notificação internacional que a OMS, com razão, vem fazendo toda essa divulgação, porque trata-se de uma doença nova, mas isso não significa que todas as pessoas infectadas por esse novo coronavírus irão evoluir com complicações. Assim que chegarem os resultados dos exames, vamos poder aprofundar muito a investigação desses casos”, destacou.

Mas não são todos os sintomas semelhantes à gripe comum que devem notificados aos órgãos de saúde. De acordo com Sato, apenas pessoas que visitaram a China nos últimos 14 dias e apresentaram coriza, febre e outros sintomas respiratórios devem procurar um hospital e informar o histórico.

“Quando falamos de um novo vírus todos ficamos preocupados, mas não há necessidade de pânico. É importante esclarecer que todas as pessoas que tiveram febre ou coriza, que nos últimos 14 dias passaram pela China, que nesse momento é o único país em nossa lista de investigação, devem ser avaliadas. Mas mesmo sendo uma doença nova, não está se mostrando de elevada patogenicidade, ou seja, que leva a grandes complicações.”

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