Covas se defende de críticas por ter ido à final da Libertadores: ‘Hipocrisia’
O prefeito da cidade de São Paulo afirmou estar com a ‘consciência tranquila’ após comparecer ao Maracanã durante sua licença
O prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), utilizou suas redes sociais na tarde deste domingo, 31, para rebater as críticas por ter comparecido ao estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, para acompanhar a final da Copa Libertadores da América entre Palmeiras e Santos, durante a sua licença médica para dar prosseguimento ao tratamento de câncer. De acordo com o tucano, ele tirou mais três dias de folga não remunerada para aproveitar com o seu filho, que também é santista. Covas tratou a repercussão negativa como “hipocrisia” e disse estar com a “consciência tranquila” após o incidente do último sábado.
“Depois de 24 sessões de radioterapia meus médicos me recomendaram 10 dias de licença para recuperar as energias. Isso foi até a última quinta (28/01). Resolvi tirar mais 3 dias de licença não remunerada para aproveitar uns dias com meu filho. Fomos ver a final da libertadores da América no Maracanã, um sonho nosso. Respeitamos todas as normas de segurança determinadas pelas autoridades sanitárias do RJ. Mas a lacração da Internet resolveu pegar pesado. Depois de tantas incertezas sobre a vida, a felicidade de levar o filho ao estádio tomou uma proporção diferente para mim. Ir ao jogo é direito meu. É usufruir de um pequeno prazer da vida”, escreveu em sua conta no Instagram. “Mas a hipocrisia generalizada que virou nossa sociedade resolveu me julgar como se eu tivesse feito algo ilegal. Todos dentro do estádio poderiam estar lá. Menos eu. Quando decidi ir ao jogo tinha ciência que sofreria críticas. Mas se esse é o preço a pagar para passar algumas horas inesquecíveis com meu filho, pago com a consciência tranquila”, completou o prefeito de São Paulo, que deixou Ricardo Nunes, seu vice, à frente da cidade no período.
Além de curtir o final de semana durante a licença, as críticas de internautas foram embasadas pelo fato de Bruno Covas ter deixado a cidade na fase vermelha do Plano São Paulo de retomada das atividades – a mais rígida – aos finais de semana. Além disso, muitos usuários do Twitter alegaram que ele deveria dar o exemplo e cumprir o distanciamento social, já que pertence ao grupo de risco do novo coronavírus. Bruno Covas foi internado com para tratamento de uma erisipela no dia 23 de outubro de 2019. Dois dias depois, os médicos diagnosticaram uma trombose venosa das veias fibulares e exames subsequentes apontaram tromboembolismo pulmonar e câncer. Covas foi diagnosticado com adenocarcinoma, um tipo de câncer na região de transição do esôfago para o estômago, além de uma metástase no fígado e uma lesão em linfonodos. Em fevereiro de 2020, uma biópsia apontou que o câncer de Covas persistia após uma rodada de oito sessões de quimioterapia. O prefeito entrou na segunda fase do tratamento, passando por sessões de imunoterapia, um procedimento que consiste em sessões de 30 minutos para aplicação de medicamentos que fortaleçam o sistema imunológico.
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