“Cristiane vai votar pela reforma”, diz Jefferson sobre filha indecisa
Presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson se mostrou surpreso e deu um “puxão de orelha” na filha Cristiane Brasil (PTB-RJ) por se declarar indecisa no placar do jornal “O Estado de S. Paulo” sobre a votação da reforma da Previdência. Na semana em que a legenda decidiu fechar questão a favor da reforma, Jefferson disse que a deputada não se mostrou indecisa para ele e que ela vai votar com o governo.
“Comigo não é essa a conversa. Ela pode estar querendo se poupar de pressões, de começarem a chateá-la, mas a Cristiane vai votar com o partido, tenha certeza disso”, garantiu. A deputada não foi localizada para comentar a declaração do pai. “Filha minha não vota contra a reforma da Previdência”, completou.
Se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) for levada a plenário, o presidente do PTB disse que a bancada terá 17 deputados na sessão (incluindo o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira), mas só três votarão contra o texto: Arnaldo Faria de Sá (SP), Deley (RJ) e Sérgio Moraes (RS), este último ainda com chances de mudar o voto. “Nem vou pedir a eles para evitar constrangimento”, afirmou o presidente da sigla.
A infidelidade, no entanto, deverá ser punida em ano eleitoral. “Eles vão ter punição, vão ser tratados desigualmente. A justiça está em tratar desigual os desiguais, mas isso é lá na frente. Ninguém vai ser expulso, mas não terão o mesmo tratamento dos outros que votam com o partido”, avisou Jefferson. O ex-deputado, condenado no processo do mensalão, chegou a propor em reuniões com o presidente Michel Temer que parlamentares infiéis fiquem sem acesso a recursos dos fundos públicos que abastecem campanhas eleitorais no ano que vem.
Ao jornal, quatro deputados da bancada disseram que estão indecisos ainda e apenas cinco confirmaram que acompanharão a orientação partidária. Além de Cristiane, o líder Jovair Arantes (GO) respondeu que ainda não decidiu como votará. “Jovair também votará, ele está ajudando a construir esse grupo de votos que podemos levar (para o governo)”, enfatizou o presidente do PTB.
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