Crivella é eleito no Rio

  • Por Estadão Conteúdo
  • 30/10/2016 18h57
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RJ - ELEIÇÕES 2016/RIO/MARCELO CRIVELLA - POLÍTICA - O candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), vota nesta manhã de domingo, 30, no Clube dos Marimbás, em Copacabana, na zona sul da cidade, no segundo turno das eleições municipais. 30/10/2016 - Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO Marcelo Crivella garantiu matematicamente a vitória no segundo turno das eleições no Rio de Janeiro

O senador Marcelo Crivella (PRB) está matematicamente eleito para a prefeitura do Rio com 59,16% dos votos válidos. O candidato da bancada religiosa vence Marcelo Freixo (PSOL), que contabiliza 40,84% dos votos válidos na capital fluminense.

O Rio foi às urnas neste domingo, 30, depois da mais dura campanha de sua história recente, marcada por ataques que misturaram religião, política e discussões sobre raça, gênero e sexo.

Favorito, Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal, passou os últimos anos tentando descolar sua imagem da instituição e defendendo em tolerância, cercando-se de intelectuais de esquerda e personalidades do samba e até de religiões afro-brasileiras. Enfrenta o socialista Freixo, que procura se livrar da pecha de radical, aproximando-se de economistas liberais e rejeitando a associação de seu nome aos black blocs, acusação que enfrenta desde as manifestações de 2013.

Para o cientista social Paulo Baía, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), essa foi uma disputa atípica. O primeiro turno foi marcado pela discussão da “não política”, em que os candidatos procuraram desqualificar os políticos e partidos e prometeram governo “não partidário e não ideológico”, diz.

“No segundo, mudou o cenário. Usaram o que chamo de publicidade de combate. As campanhas foram muito agressivas na desconstrução do adversário. Políticas e projetos ficaram de lado, fortalecendo o descrédito da população com a política”.

Ataque e contra-ataque. O segundo turno começou com debate morno entre Crivella e Freixo. A partir de então, o socialista passou a receber a colaboração de ex-assessores das campanhas do PMDB e do PSDB e mudou a sua estratégia, conforme o Estado revelou. A aposta foi na desconstrução de Crivella. Chamou a atenção para seus aliados, como o ex-governador Anthony Garotinho (PR), e reproduziu vídeo em que o evangélico recebe apoio de família de milicianos.

O senador se viu acuado. Passou a se recusar a participar de debates. Nas ruas, não respondia mais a perguntas dos repórteres As pesquisas indicavam que a estratégia de Freixo surtiu efeito e a vantagem para o rival começava a cair.

Houve o acirramento da campanha, em que Freixo foi apresentado como defensor de black blocs, do aborto, acusado de ter embolsado parte do dinheiro arrecadado para ajudar a família do pedreiro Amarildo de Souza e de nepotismo, por ter supostamente conseguido emprego para a ex-mulher em um gabinete do PSOL. Na pesquisa seguinte, eles apareceram estacionados e a diferença só voltou a cair no levantamento deste sábado.

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