Crivella fala em fim de isolamento somente após hospitais equipados
‘Hora de construir arca, não de fazer dilúvio’, disse o prefeito do Rio de Janeiro
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmou nesta quarta-feira (29) que não pode determinar o fim do isolamento social no município enquanto não tiver a garantia do funcionamento de mais leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) nos hospitais da cidade.
Segundo o prefeito, as avaliações do comitê científico, que conta com profissionais experientes na área da medicina e até matemática para a análise das curvas da Covid-19, indicam uma preocupante elevação dos casos de contaminação, que podem resultar em mortes.
Criella informou que nesta sexta será inaugurado o Hospital de Campanha do Riocentro, na zona oeste da cidade. O hospital ainda não estará com a capacidade plena, mas já vai contar com 20 leitos de UTI.
“A maior arma nesta guerra é a prudência. Enfaticamente, não sei mais qual argumento usar. Daqui a pouquinho, vamos ter respiradores, mas agora não é hora [de suspender o isolamento]. Agora é hora de construirmos a arca, não é hora de fazer dilúvio”, disse o prefeito.
Ao defender o isolamento, o prefeito voltou a comparar a Arca de Noé ànreparação dos hospitais e o dilúvio ao aumento dos casos e das mortes por Covid-19.
Em entrevista no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim/Galeão, para apresentação de equipamentos que chegaram da China, Crivella disse que a prorrogação do isolamento é por prazo indeterminado. “Não recebi ainda todos os equipamentos que virão da China. Não estou com o [Hospital] Ronaldo Gazolla pronto, não estou com hospital de campanha pronto. Como vou enfrentar o dilúvio sem a arca? Não posso.”
O prefeito agradeceu à Latam, por ajudar a trazer os equipamentos, e à Ambev, que vai arcar com US$ 50 mil do custo de R$ 4,4 milhões da operação de embarque e transporte da carga.
Na próxima segunda, o voo JJ-9516 da Latam partirá de Guarulhos, em São Paulo, para Amsterdam e de lá para a China, onde chegará na próxima quarta. No dia seguinte, fará a rota de volta para o Rio de Janeiro com mais equipamentos, insumos e aparelhos que serão encaminhados a unidades hospitalares da cidade.
Ainda na quarta, outro voo JJ-9516 sai de Guarulhos para o mesmo trajeto e chega à China no dia 8. Parte de lá no sábado (9) e chega ao Rio no mesmo dia. Neste sábado, mais 20 respiradores e 40 monitores chegam em voo contratado pela mineradora Vale. Segundo o prefeito, a operação de infraestrutura teve o apoio do ministro da Casa Civil, Braga Neto, e a empresa está bancando todo o custo.
O prefeito lembrou a preocupação com o embarque dos equipamentos comprados na China, por causa da forte demanda de outros países, que chegaram a atravessar remessas oferecendo valores mais altos para obter insumos e aparelhos.
Após a chegada de todos os aparelhos, a previsão é que o hospital Ronaldo Gazolla tenha 180 leitos de enfermaria e 203 de UTI, sendo 18 infantis. Crivella disse que, depois de equipar a unidade de Acari e o hospital de campanha, a prefeitura terá mais 200 aparelhos para equipar outras unidades.
“Vários hospitais nossos hoje estão com as cirurgias eletivas paradas. Graças a Deus, os óbitos por violência e também por acidentes de trânsito e de trabalho diminuíram muito. Então, tem vários hospitais em que podemos, colocando bons respiradores, atender a população: do Pedro II ao Miguel Couto, passando pela Ilha do Governador.”
*Com informações da Agência Brasil
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.