Delator diz que ajudou presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o “Tokio”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 19/04/2017 13h15
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Heinrich Aikawa / Instituto Lula Paulo Okamotto

Contato direto Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Emílio Odebrecht, patriarca da delação premiada do grupo fechada com a Operação Lava Jato, o executivo Alexandrino Alencar relatou que entre 2012 e 2013 deu ajuda financeira para o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

Identificado nas planilhas do departamento da propina da Odebrecht, o Setor de Operações Estruturadas, como “Tokio”, ele teria recebido das mãos de Alexandrino uma espécie de mesada de R$ 10 mil – uma em 2012 e outras quatro em 2013.

“Eu dava pessoalmente para ele. E esses recursos vinham do Setor de Operações Estruturadas. Eu disse ao Emílio ‘estou sentindo que o Paulo está em dificuldades e vou tentar ajudá-lo dentro de um valor que não seja ostensivo, que não ofenda a pessoa'”, afirmou.

Alexandrino garantiu que foi uma oferta feita por ele ao presidente do Instituto Lula. “Era importante manter o canal de boa interlocução com o responsável pela agenda de Lula”, registrou em um anexo sobre o tema entregue à Procuradoria Geral da República (PGR). 

“Em todas as oportunidades entreguei, pessoalmente, a Paulo Okamotto, em cada uma das vezes, a importância de R$ 10 mil. Esse montante foi disponibilizado pela equipe de Hilberto Silva e as entregas foram feita no próprio Instituto Lula.”

O delator disse que mantinha contato com Okamotto desde quando ele era presidente do Sebrae, no governo Lula. E que no Instituto, no período pós-Planalto, os dois teriam participado da montagem das contratações de palestras do petista pela Odebrecht.

O delator entregou cópias das planilhas do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o chamado departamento da propina, em que estão registradas as entregas de Okamotto, sob o codinome Tokio. Numa delas, a senha era “Polenta”.

Paulo Okamotto negou que tenha recebido mesada de Alexandrino.

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