Deputados de Minas Gerais criam CPI para investigar fura-filas em vacinação

Há informação de que 500 servidores tomaram a vacina sem fazerem parte do grupo prioritário; caso custou o cargo do secretário de Estado de Saúde (SES)

  • Por Jovem Pan
  • 13/03/2021 01h09
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JOSÉ MARCOS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO - 06/03/2021 Enfermeira colocando dose da vacina da AstraZeneca/Oxford na seringa 500 servidores furaram a fila e se vacinaram em Minas Gerais sem fazerem parte do grupo prioritário

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) instaurou na última quinta-feira, 11, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades na campanha de vacinação contra a Covid-19 no Estado. Deputados se basearam na informação de que 500 servidores estaduais furaram a fila mesmo sem fazer parte do perfil prioritário. A CPI terá um prazo de 120 dias para investigar o desvio de recursos referentes à vacinação irregular de pessoas que estão fora dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. Os deputados estaduais também vão apurar o baixo investimento em ampliação de leitos para enfrentamento da pandemia em Minas e a não aplicação do mínimo constitucional em serviços públicos de saúde.

A decisão pela instauração da CPI ocorreu após uma reunião de seis horas com a presença de parlamentares e do secretário de Estado de Saúde (SES), Carlos Eduardo Amaral. Ele teria confirmado a vacinação dos 500 servidores, por decisão própria. Muitos deles não têm contato com o público e portanto não têm prioridade, de acordo com o Plano Nacional de Imunização. O escândalo causou o afastamento de Amaral da chefia da SES. O governador de Minas, Romeu Zema, confirmou a decisão na noite de quinta-feira, 11, por meio de suas redes sociais. Em seu lugar assume o médico Fábio Baccheretti, atual presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

O presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV), determinou a instauração da CPI. “Vamos investigar a fundo esses que se entendem como privilegiados em passar à frente na vacinação. Neste momento de pandemia, é um dos crimes mais graves”. O próprio secretário também foi vacinado, mas isso não foi alvo de críticas, uma vez que ele está na linha de frente do combate ao Covid-19, segundo o presidente da Comissão de Saúde da Casa, João Vítor Xavier (Cidadania). Segundo Xavier, o secretário visita com frequência locais de atendimento aos doentes, o que justificaria a vacinação.

*Com informações da Agência Brasil

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