Deputados do PSL pedem impeachment do governador do Rio

A Mesa Diretora da Alerj não tem prazo para decidir se aceita ou não o pedido. O grupo de sete deputados do partido acusa Wilson Witzel de espionar e produzir dossiês contra os parlamentares

  • Por Jovem Pan
  • 18/02/2020 20h15 - Atualizado em 19/02/2020 08h44
DHAVID NORMANDO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Governo afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel, governador do Rio

Sete dos 12 deputados estaduais que compõem a bancada do PSL no Rio de Janeiro protocolaram nesta terça-feira (18) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) um pedido de impeachment contra o governador Wilson Witzel (PSC).

Eles acusam Witzel de montar um esquema para espionar a vida dos 70 deputados. Não há prazo para a Mesa Diretora da Alerj decidir se aceita ou não o pedido. O principal indício do esquema de espionagem é uma afirmação do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT).

Segundo ele, em conversa presenciada também pelo governador e pelo deputado estadual Márcio Pacheco (PSC), que é líder do governo, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, afirmou que existiam dossiês contra os 70 deputados.

“Eu ouvi do próprio Lucas Tristão que tinha dos 70 deputados dossiês. Vou pedir ao Ministério Público e à Polícia Federal para fazer auditoria nos equipamentos oficiais, se tem ou não escuta nos telefones dos deputados”, afirmou Ceciliano durante a sessão de 11 de fevereiro.

Em entrevista ao jornal O Globo, Witzel negou ter presenciado a conversa, ameaçou processar quem disser o contrário e alegou que Tristão pode ter feito a afirmação “em um momento de calor nos debates”.

Para os deputados do PSL, o governador cometeu crimes de responsabilidade contra o livre exercício do Poder Legislativo, o exercício dos direitos políticos, a probidade da administração pública e o cumprimento das leis.

A Mesa Diretora da Alerj não tem prazo para analisar o pedido, mas, se fizer isso, pode arquivá-lo ou dar prosseguimento ao processo de impeachment. Nesse caso, seria formada uma comissão com cinco deputados estaduais e cinco desembargadores, presidida pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ). A esse tribunal especial caberia processar o governador.

Esse é o primeiro pedido de impeachment protocolado contra Witzel. O governador anterior, Luiz Fernando Pezão (MDB), também foi alvo de pedido desse tipo, mas seu mandato acabou antes que o impeachment fosse decidido. A assessoria do governo do Rio ainda não se pronunciou.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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