Derrite diz que polícia já identificou suspeito da morte de ex-delegado-geral de SP em Praia Grande
Secretário de segurança pública fez anúncio durante o velório de Ruy Ferraz Fontes, realizado na Alesp; homem que teria participado da execução foi preso várias vezes por roubo
A Polícia Civil de São Paulo já identificou um dos suspeitos de envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, 63 anos, morto a tiros em uma emboscada na noite de segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral paulista. O anúncio foi feito nesta terça-feira (16) pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, durante o velório do ex-chefe da corporação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Fontes foi perseguido e alvejado por mais de 20 tiros de fuzil. Durante a pereguição, ele chegou a capotar o carro e colidir com um ônibus.
Segundo Derrite, o suspeito já foi preso várias vezes por roubo e teve passagem pela polícia ainda na adolescência. O secretário afirmou que não está descartada a ligação com o crime organizado. “Todos os que participaram desse atentado terrorista contra o doutor Ruy serão punidos severamente”, declarou.
Fontes foi atacado após deixar a Prefeitura de Praia Grande, onde atuava como secretário de Administração desde 2023. O carro em que estava foi perseguido e atingido por pelo menos 29 disparos de fuzil. Ao tentar escapar, o ex-delegado bateu em dois ônibus. A arma dele, uma pistola 9 mm, foi encontrada dentro de uma bolsa junto a pertences pessoais.
Duas pessoas que passavam pelo local também foram baleadas e levadas a hospitais da cidade. Não há informações atualizadas sobre o estado de saúde delas. Pelo menos dois veículos foram usados no ataque: uma Toyota Hilux, encontrada incendiada, e um Jeep Renegade, abandonado com carregadores de armas e munições deflagradas.
Investigações
Uma força-tarefa formada pela Polícia Civil, Polícia Federal, Ministério Público, DHPP, Deic, Garra, DOP, COEs e Polícia Militar investiga o caso. Duas linhas principais são analisadas:
- Ação do PCC – Fontes foi considerado inimigo histórico da facção, responsável pela prisão do líder Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, em 2006, e por medidas que isolaram chefes do grupo em presídios de segurança máxima. Desde então, ele era jurado de morte e já havia escapado de um atentado em 2010.
- Retaliação de policiais afastados – Durante sua gestão como delegado-geral (2019-2022), Fontes determinou o afastamento de policiais militares suspeitos de corrupção, o que também pode ter motivado represálias.
A polícia não descarta ainda a hipótese de vingança ligada à sua atuação recente na Prefeitura de Praia Grande.
Despedida
O corpo de Ruy Ferraz Fontes chegou à Alesp por volta das 11h, levado por colegas da Polícia Civil. O velório reuniu familiares, autoridades e dezenas de policiais. O sepultamento está marcado para as 16h desta terça-feira (16), no Cemitério da Paz, no Morumbi, zona sul da capital. Com mais de 40 anos de carreira, Fontes foi delegado-geral entre 2019 e 2022, indicado pelo então governador João Doria (PSDB), e se destacou no combate ao crime organizado.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA


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