DF: Megaoperação apura fraudes de R$ 123 milhões na saúde

Ao todo, 46 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás

  • Por Jovem Pan
  • 10/09/2020 11h45
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Polícia Civil do Distrito Federal O dinheiro desviado foi transferido para o exterior, via carta de crédito pela Secretaria de Saúde para contas bancárias  na Suécia, China, Estados Unidos, França e Polônia

Uma megaoperação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) com a Polícia Civil do DF (PCDF), desarticula fraudes na Secretaria de Saúde do DF. Batizada de Gotemburgo, a ação desta quinta-feira, 10, investiga irregularidades na compra de equipamentos hospitalares feitas na gestão do médico Rafael Barbosa, que integrava a equipe do ex-governador Rodrigo Rollemeberg (PSB). As fraudes chegam a R$ 123 milhões. Ao todo, 46 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Brasília, estão sendo cumpridos no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. De acordo com as investigações, as supostas fraudes envolvem adesões a atas de registros de preços na gestão do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, direcionadas para atender interesses particulares nos processos de contratação das empresas Maquet e Med Lopes Comércio de Material Médico Hospitalar Ltda, conduzidos pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

O dinheiro desviado foi transferido para o exterior, via carta de crédito pela Secretaria de Saúde para contas bancárias  na Suécia, China, Estados Unidos, França e Polônia, com pagamentos em euro e dólar para empresas pertencentes ao Grupo Getinge (unidades da Maquet pelo mundo) ou para a Moses Trading , dos EUA. O esquema se estendeu até o Distrito Federal,  por meio da venda de atas de registro de preço cadastradas pelo INTO (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia). O grupo, liderado pelos empresários Miguel Iskin, Gustavo Estellita e Claudio Haidamus, está entre os alvos da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. Além de fraude em licitação, eles são investigados pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O nome da operação faz alusão a cidade de mesmo nome, segunda maior da Suécia, onde fica localizada a sede do Grupo Getinge, do qual faz parte a Maquet, a empresa responsável pela maioria dos contratos formalizados com a Saúde.

*Com Agência Brasil

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