Dilma responde ‘ironia’ de Bolsonaro e chama presidente de ‘fascista’: ‘Defensor da tortura’

A apoiadores, Bolsonaro duvidou que a petista tenha sida torturada durante a ditadura militar e cobrou que lhe mostrassem um raio X para provar uma fratura na mandíbula

  • Por Jovem Pan
  • 28/12/2020 17h39
ERNANI OGATA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO Dilma Rousseff 'Visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência', disse Dilma em comunicado

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu nesta segunda-feira, 28, as provocações feitas por Jair Bolsonaro e classificou o presidente da República como “fascista”, “sociopata” e “cúmplice da tortura e da morte”. Nesta manhã, o atual chefe do Executivo ironizou a tortura sofrida por Dilma no período em que foi presa, em 1970, durante a ditadura militar. A apoiadores, Bolsonaro cobrou que lhe mostrassem um raio X da adversária política para provar uma fratura na mandíbula. “A cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela Covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram”, relatou Dilma em nota. “É triste, mas o ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um fascista.

Para Dilma, Bolsoaro mostra, “com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador” e “ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte.” No documento, a ex-presidente avalia que o atual insulta, além dela, outras milhares de vítimas da ditadura militar, torturadas e mortas, assim como aos seus parentes, “muitos dos quais sequer tiveram o direito de enterrar seus entes queridos”, escreve. “Um sociopata, que não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, não merece a confiança do povo brasileiro”, conclui.

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