Dimas Covas esclarece taxa de eficácia da CoronaVac em idosos após morte de Nelson Sargento

Diretor do Instituto Butantan afirmou que pessoas com mais de 60 anos respondem menos na produção de anticorpos em relação aos indivíduos mais jovens

  • Por Jovem Pan
  • 27/05/2021 16h35 - Atualizado em 27/05/2021 16h53
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WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 27/05/2021 O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, durante depoimento à CPI da Covid Dimas Covas foi convocado a prestar depoimento na CPI da Covid

Na sessão da  CPI da Covid-19 desta quinta-feira, 27, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) questionou o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, sobre a eficácia da CoronaVac em idosos. Girão utilizou como o exemplo a morte do sambista Nelson Sargento, de 96 anos, que faleceu nesta quinta. O artista era matriculado no Instituto Nacional de Câncer (INCA) desde 2005, quando foi diagnosticado com um câncer de próstata. Mas, após se sentir mal com um quadro de “desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral”, Nelson Sargento foi internado no INCA e testou positivo para a Covid-19. O sambista do Rio de Janeiro, porém, já havia recebido as duas doses da vacina contra a doença. O senador ainda citou o caso do ex-presidente José Sarney que, segundo o colunista Ricardo Noblat, do Metrópoles, mesmo após ter tomado as duas doses do imunizante, não produziu anticorpos. “Na realidade, 98% é o índice de indução de anticorpos em pessoas idosas. Portanto, não é 100%. Pessoas idosas tem um fenômeno biológico chamado imunossenescência. Os idosos respondem menos na produção de anticorpos em relação aos indivíduos mais jovens. Por isso que não é 100% de soroconversão”, explicou Dimas Covas.

“A vacina não é uma proteção absoluta, não é escudo contra a doença e nem é um escudo contra a mortalidade. Ela é uma proteção relativa. Entram os fatores individuais das pessoas, as comorbidades, vários fatores. Primeiro que a vacina não protege contra a infecção. Ela protege contra as manifestações clínicas, principalmente as mais graves. O dado de 100% é referente ao estudo de fase 3 que foi feito. Aquele estudo foi 100%, ou seja, nenhum indivíduo do grupo de estudo que era formado por profissionais da saúde foram a óbito. Obviamente que os estudos de mundo real não é 100%, nós sabemos disso”, esclareceu o diretor. “A pessoa que se vacina está relativamente protegida, mas tem os fatores individuais que entram se ela eventualmente pegar a infecção, e esses fatores são preponderantes, inclusive, para determinação da gravidade”, afirmou. Dimas Covas ainda acrescentou que terão pessoas que não irão responder à vacinação.

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