Doria diz que Estado de SP vai iniciar vacinação contra Covid-19 em janeiro

Governador disse estar ‘indignado’ com plano apresentado pelo governo federal, que prevê início da imunização em março; ‘Não vamos aguardar nem enterrar mais brasileiros’, disse

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2020 13h35 - Atualizado em 03/12/2020 16h46
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Deyvid Edson/Estadão Conteúdo João Doria é o atual governador de São Paulo Nesta quinta-feira, São Paulo recebeu 600 litros de insumos para a produção de um milhão de doses da CoronaVac

O governador do Estado de São Paulo, João Doria, afirmou, nesta quinta-feira, 3, que está indignado com a previsão do governo federal de iniciar a vacinação contra a Covid-19 em março e assegurou que, em São Paulo, a imunização vai acontecer a partir de janeiro. “Quero reafirmar que, em São Paulo, de forma responsável, seguindo e observando rigorosamente a lei, nós, no próximo mês de janeiro, cumprindo os protocolos da Anvisa e obedecendo os princípios de proteção à vida, vamos iniciar a imunização dos brasileiros de São Paulo. Não vamos aguardar março nem enterrar mais brasileiros”, disse Doria. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, completou: “O rito formal está sendo cumprido. Dentro desse rito, cada dia conta. A cada dia, são centenas de brasileiros que podem deixar de morrer. Esse é o maior argumento. O número de vidas que vão ser salvas, e quanto antes acontecer, melhor. É uma questão até de bom-senso. Seja pelo Plano Nacional de Imunização, pelo Estado de São Paulo ou por parceria com outros estados”

Doria também indagou o governo de Jair Bolsonaro sobre o prazo. “Me questiono se os membros do governo federal não enxergam, leem ou registram o fato de que temos mais de 500 brasileiros que morrem todos os dias no Brasil vítimas da Covid-19. É surpreendente essa indiferença, esse distanciamento, essa falta de compaixão com a vida dos brasileiros. Por que iniciar a imunização em março se podemos fazê-la já em janeiro? Vamos perder mais 60 mil vidas?”, completou.  De acordo com Dimas Covas, os resultados sobre a eficácia da CoronaVac devem estar disponíveis até o dia 15 de dezembro. Se tudo seguir conforme o previsto, o resto dos documentos já serão ser submetidos à Anvisa — que deve dar o aval para aplicação já em janeiro de 2021. “Pelo cronograma de São Paulo, 46 milhões de doses vão estar à disposição do Ministério da Saúde em meados de janeiro. Conforme manifestado antes, há interesse [da pasta] em adquirir desde que elas estejam disponíveis e registradas pela Anvisa. Teremos o registro e já temos a vacina. Caberá ao ministério se pronunciar se vai incorporar a CoronaVac ao PNI.”

Nesta quinta, São Paulo recebeu 600 litros de insumos para a produção de um milhão de doses da CoronaVac. No fim de novembro, estado já tinha recebido 120 mil doses já prontas da CoronaVac — parte de um lote de 6 milhões previstos ainda para 2020. Até 15 de janeiro, a expectativa é de 46 milhões. Dessa vez, será de responsabilidade do Instituto Butantan finalizar, envasar e rotular as doses. A CoronaVac está na reta final da fase 3 de testes e atingiu, nas últimas semanas, o número mínimo de voluntários infectados com a doença. Isso permitiu a abertura dos resultados para avaliação da eficácia. O estado tem, nesta quinta, 1.267.912 casos confirmados de Covid-19 e 42.637 óbitos pela doença. A taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 53,7% no estado e em 60,7% na Grande São Paulo. Quanto ao número de internados, 4.213 estão em UTI e 5.798 estão em enfermaria — entre casos confirmados e suspeitos.

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