É o pior surto de febre amarela das últimas décadas, diz presidente da entidade

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/02/2018 12h44
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Agência Brasil Os números apresentados atualmente só perdem para 2017, ano em que a doença foi confirmada em 777 pacientes
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, afirma que o País enfrenta um dos piores surtos de febre amarela das últimas décadas. Os números apresentados atualmente só perdem para 2017, ano em que a doença foi confirmada em 777 pacientes. “Trata-se do mesmo surto. Uma onda que teve início em 2016”, explicou.

A Sociedade Brasileira de Imunizações é uma entidade científica criada em 1998 para agregar profissionais de diferentes especialidades interessados no tema.

Para ela, o avanço de casos de febre amarela no País, mesmo depois do início da campanha de vacinação nas cidades de São Paulo e Rio consideradas de maior risco para a doença, não surpreende. “Temos de considerar que os casos agora incluídos nos boletins não ocorreram nesta semana. Há sempre um atraso entre a infecção, a confirmação da febre amarela e notificação para os registros oficiais”, observou.

Esse descompasso, avalia Isabella, acentua-se ainda mais em situações de surto. “Os sistemas estão sobrecarregados. Médicos, diante da suspeita da doença, também notificam muito mais e é bom que seja assim”. A expectativa de especialistas é de que, dentro dos próximos dias e com a melhoria da cobertura vacinal, a velocidade do avanço da doença comece a diminuir.

Isabella, contudo, alerta que dois problemas graves ainda estão ocorrendo. “Pessoas com indicação da vacina não estão se vacinando e aqueles com contraindicações, insistem em se imunizar. Seja integral ou fracionada, a vacina é eficaz e segura. Mas tem contraindicações, que devem ser observadas”, disse.

É o caso de idosos. Eles somente devem ser vacinados em áreas onde há circulação de vírus. Mulheres que estão amamentando bebês menores de seis meses e vivem em área de risco, por sua vez, devem consultar o pediatra.

“O ideal é que elas tomem a vacina e, durante dez dias, interrompam o aleitamento, porque a vacina não é indicada para menores de seis meses. Passados esses dias, elas podem retomar a amamentação”, explicou. Para mulheres que amamentam bebês acima dos seis meses, a vacina está liberada, desde que não haja nenhuma outra contraindicação associada. O efeito protetor da vacina surge a partir do décimo dia depois da aplicação.

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