Eleição pode ter problemas neste domingo? Confira medidas do TSE para o segundo turno

Sistema passou por atraso histórico de mais de três horas para o término da apuração e recebeu tentativas de ataques cibernéticos; eleitores também relataram instabilidade no uso do e-Título

  • Por Jovem Pan
  • 28/11/2020 10h00 - Atualizado em 28/11/2020 11h17
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WELLINGTON CARVALHO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 15/11/2020 mesários Sistema de totalização de votos foi calibrado para evitar atrasos na divulgação dos resultados do segundo turno

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou algumas medidas para evitar que haja no segundo turno das eleições municipais os mesmos problemas que surgiram no primeiro turno. O tribunal passou por um problema histórico no dia 15 de novembro deste ano: houve atraso de quase três horas para o término da apuração e para a divulgação dos resultados do pleito. O sistema de totalização de votos também recebeu tentativas de ataques cibernéticos. Em relação aos eleitores, um dos problemas foi a instabilidade no aplicativo e-Título, utilizado para justificativa de ausência na votação. Confira as mudanças realizadas para tentar diminuir os contratempos no próximo domingo, dia 29.

Testes no supercomputador

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, explicou que a falha ocorrida na divulgação dos resultados no dia 15 de novembro se deu em decorrência de um problema no supercomputador responsável pelos dados da apuração. “Peço desculpas aos colegas e à sociedade brasileira por essa dificuldade que enfrentamos, mas esclareço que não houve nenhum tipo de comprometimento da fidedignidade do voto para a fidelidade da manifestação do voto popular”, disse Barroso após o primeiro turno. Segundo nota técnica do TSE, o atraso de quase três horas foi ocasionado por um problema na inteligência artificial de um otimizador do banco de dados que garante a velocidade no processamento das informações. Isso ocorreu porque este foi o primeiro ano que o TSE unificou a totalização deles. Antes, os tribunais regionais que somavam os resultados e enviavam para a capital federal.

Para que o atraso não se repita, o TSE realizou testes adicionais no supercomputador e nos sistemas que realizam a totalização dos votos de todo o país. Segundo a Secretaria de Tecnologia da Informação do tribunal, o sistema está devidamente preparado para a realização exitosa do segundo turno. O TSE informou, ainda, que os testes foram realizados entre os dias 24 e 25 de novembro e contaram com a participação de 24 estados brasileiros. “O objetivo foi validar a performance e a eficácia dos sistemas de transmissão e recebimento de arquivos de urna, bem como de totalização e de divulgação de resultados”, explica o tribunal sobre a calibragem do sistema.

Limite para baixar o aplicativo e-Título

O aplicativo e-Título apresentou instabilidade para quem tentou justificar a ausência no primeiro turno. Barroso disse que o sistema enfrentou sobrecarga. “Foi uma inovação que se pretendeu criar esse ano que era justamente por geolocalização. Ela funcionou, até porque 500 mil pessoas justificaram, mas com a instabilidade, ele ficou lento e nem todo mundo conseguiu fazer isso.” Para resolver o problema, o tribunal anunciou que o cidadão que quiser baixar a ferramenta para utilizar no segundo turno, deverá fazer o download até às 23h59 deste sábado, 28. Depois disso, o aplicativo só poderá ser baixado normalmente na próxima segunda-feira, 30.

Comissão de segurança para prevenir ataques

Durante as eleições do primeiro turno, o TSE sofreu tentativas de ataques cibernéticos. Segundo o tribunal, os ataques não foram capazes de interferir no resultado das eleições. “Houve um ataque massivo proveniente dos Estados Unidos, da Nova Zelândia e do próprio Brasil para tentar ultrapassar as barreiras de segurança de Tecnologia da Informação do TSE, mas que não obteve nenhum êxito”, afirmou Barroso. Para garantir a segurança, o presidente do TSE instaurou a criação da Comissão de Segurança Cibernética para acompanhar a investigação da Polícia Federal (PF) sobre os ataques e para elaborar ações de prevenção e enfrentamento dos crimes decorrentes de invasões. Integram a comissão, que é presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, o corregedor-geral do TSE, ministro Luis Felipe Salomão; o delegado federal Disney Rosseti, assessor Especial de Segurança Institucional do TSE; dois juízes auxiliares do TSE; e um representante da Secretaria da Tecnologia da Informação (STI) do tribunal.

Além de todas essas medidas, os protocolos sanitários serão os mesmos do primeiro turno. O uso de máscara é obrigatório durante toda a votação, a distância mínima de um metro entre os eleitores deve ser respeitada e todos devem higienizar as mãos antes e depois de utilizar a urna eletrônica. O TSE garante que todas as seções de votação terão álcool gel disponível para o uso dos eleitores e mesários. A corte também recomenda que o eleitor leve a sua própria caneta para assinar o caderno de votação. A medida visa evitar o “o compartilhamento de objetos e diminuir o contato dos eleitores com superfícies que outras pessoas possam ter tocado”. Para evitar a contaminação pelo coronavírus, a máscara não poderá ser retirada e, sendo assim, o eleitor não poderá se alimentar, beber ou praticar ação que necessite a retirada da proteção.

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