Em busca de base sólida, Temer afirma que tem se dedicado a “discutir a relação”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 04/09/2016 12h47
Xangai - China, 02/09/2016. Presidente Michel Temer durante encontro com o senhor Yang Xiang, prefeito da cidade de Xangai. Foto: Beto Barata/PR Beto Barata/PR Michel Temer na China - Ag Brasil

Um dia depois de declarar que é “inviável” governar com 35 partidos políticos, o presidente Michel Temer disse neste domingo (4) que tem de “conversar” muito com as legendas aliadas para conquistar apoio ao governo no Congresso. “O que eu mais faço é discutir relação”, declarou.

“Com uma base de quase 20 partidos, se você não fizer isso permanentemente, você não consegue manter a base unida. Quando nós tivermos dois ou três partidos, fica mais fácil.” No sábado, o presidente defendeu a realização de uma reforma política que reduza o número de legendas existentes no País.

Quando voltar ao Brasil de sua viagem à China, o presidente encontrará mais uma crise entre as legendas aliadas. Desta vez, em torno da proposta de reajuste dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que elevaria o teto do Judiciário de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. Uma parcela do PMDB apoia a medida, que encontra resistência no PSDB.

O presidente não revelou que posição tomará caso a proposta seja aprovada pelo Congresso. “Eu vou esperar o Senado decidir”, disse Temer em entrevista na China, observando que poderá sancionar ou vetar a lei. O presidente ressaltou que muitos parlamentares se opõem à medida em razão do impacto negativo que ela teria sobre os gastos públicos.

Temer deixou o Brasil na quarta-feira sob o impacto de outra crise em sua base aliada, provocada pela divisão do julgamento do impeachment que permitiu a manutenção dos direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff. Criticada pelo PSDB, a decisão teve apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e de outros parlamentares do partido de Temer.

Calheiros integra a comitiva que acompanha o presidente na China Em entrevista no sábado (3), ele afirmou que considerava “desproporcional” cassar o mandato da presidente e suspender seus direitos políticos. Mas ele reconheceu que a questão acabará sendo decidida pelo STF.

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