Em lockdown total, Araraquara proíbe circulação de carros e fecha até supermercados

Devido ao colapso hospitalar, quem descumprir o isolamento sem provar que foi por uma necessidade será multado em até R$ 6 mil; postos de gasolina só poderão abastecer veículos específicos

  • Por Jovem Pan
  • 20/02/2021 11h53 - Atualizado em 20/02/2021 13h03
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Divulgação/Prefeitura de Araraquara Prefeitura de Araraquara, no interior de São Paulo, adotou lockdown total para barrar disseminação da Covid-19 Prefeitura de Araraquara decretou o fechamento de todos os serviços não essenciais

Após registrar cinco mortes por Covid-19 na sexta-feira, 19, em mais um dia de UTIs lotadas, a prefeitura de Araraquara, no interior de São Paulo, decidiu decretar “lockdown total” por 60 horas. Do meio-dia de domingo, 21, à meia-noite de terça-feira, 23, fecham bancos, indústrias, supermercados, postos de combustíveis e todo comércio, além dos serviços públicos não essenciais. Também não será permitida a circulação de carros e ônibus. O decreto, que visa conter o avanço do números de casos da doença, foi publicado neste sábado, 20. Quem for flagrado fora de casa terá de comprovar com documentos a situação de emergência.

Pelo novo decreto, só podem abrir farmácias e estabelecimentos de saúde. Os postos de combustível só poderão abastecer veículos dos serviços públicos municipais, estaduais e federais, incluindo a Polícia Militar. As pessoas terão licença para sair de casa para atendimento médico, compra de remédio e trabalho em serviço essencial. Quem for pego e não apresentar provas da necessidade será multado em até R$ 6 mil. A cidade permanece na fase vermelha do Plano São Paulo de enfrentamento do coronavírus, o programa estadual de reabertura econômica da gestão João Doria (PSDB). As medidas municipais, porém, são ainda mais restritivas.

Em rede social, o prefeito Edinho Silva (PT) disse que o aumento nos casos e o colapso na rede hospitalar impuseram a necessidade de ampliar o lockdown em vigor desde segunda-feira, 15. “Estamos falando de um momento em que famílias estão chorando a morte de seus entes, que só nós podemos juntos tirar Araraquara dessa situação”, afirmou. O prefeito lembra que as novas contaminações geram impactos sobre os leitos depois de uma semana. Após o anúncio de novos leitos pelo governo do Estado nesta semana, a prefeitura segue em busca de mais médicos. E, no entanto, não conseguirá suprir a necessidade de atendimentos a menos que a curva de contaminação seja quebrada. Edinho teme que a maior número de casos e de mortes esteja relacionado à nova cepa e que passe a ser um fenômeno estadual. “Essa doença é tão terrível, que ela te tira a coisa mais barata que existe e a mais vital, que é o oxigênio”, reforça.

Pelo quinto dia consecutivo, a cidade registrou 100% de ocupação de leitos e pacientes já foram transferidos para outras cidades O município registrou mais cinco mortes na sexta-feira, 19. Quatro pacientes com doenças crônicas e um, de 34 anos, sem comorbidades. Com mais 187 testes positivos, Araraquara chega a 12.989 casos e 167 mortes, sendo que 51 das mortes foram neste mês, mais do que o dobro das mortes registradas em todo o mês de janeiro e equivalente a 55% das 92 mortes por Covid-19 registradas na cidade em 2020. No início da semana, foram confirmadas 12 amostras da cepa brasileira do coronavírus em pacientes de Araraquara.

A prefeitura orienta que as pessoas que estiveram em contato no mesmo domicílio que contaminados devem cumprir isolamento por 14 dias. Apesar do município já estar em lockdown, o índice de medição do governo do estado apontou que o isolamento na cidade na quinta-feira, 18, estava em 42%. Depois do anúncio de lockdown mais rígido, no começo da noite desta sexta-feira, as pessoas começaram a fazer filas em supermercado.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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