Em prisão domiciliar, marqueteiro João Santana volta a compor músicas com amigos: ‘Poeta fera’

  • Por Jovem Pan
  • 10/02/2019 10h37
Divulgação Paulo Pinto/ Divulgação - recortado Preso na Lava Jato, Santana, o Patinhas, atuou na reeleição de Lula

Condenado na Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro, o marqueteiro João Santana voltou a compor letras de músicas. Em prisão domiciliar desde outubro passado, ele passou a se reencontrar com parceiros do grupo Bendegó – entre eles, Winston Barreto, o Gereba, de 73 anos, e em plena atividade artística. Santana tem 66 anos.

“Depois de 40 anos, voltamos a compor”, conta Gereba. “Já fizemos 12 músicas, e o João continua aquele poeta fera, de alto nível, muito melhor do que antes.”

Entre as músicas que fizeram, está “O Lema de Rondon” – homenagem de Patinhas, apelido artístico de Santana, ao marechal e sertanista Cândido Rondon (1865-1958). O lema do militar, que consta da letra, era: “Morrer, se preciso for; matar, nunca”. O marqueteiro deixou o cabelo crescer e está usando barbicha. “Parece um filósofo grego.”

O outro parceiro de Santana/Patinhas é Jair Ventura dos Santos, o Kapenga, igualmente ex-Bendegó, e responsável pela parte musical das campanhas políticas nos tempos em que o marqueteiro atuava nesse ramo. Somando Gereba e Kapenga, as músicas já chegam a 30.

“João ainda não resolveu como e quando o trabalho será divulgado, mas estamos conversando sobre isso”, diz Gereba. Algumas das novas letras de Santana homenageiam grandes compositores de samba, como Cartola e Nelson Cavaquinho. Gereba e Kapenga estão na lista autorizada de visitas que o marqueteiro pode receber no regime domiciliar.

Lava Jato

João Santana e a esposa, Mônica Moura, marqueteiros do PT e de outros partidos, foram alvo da 23ª fase da Operação Lava Jato, em fevereiro de 2016, acusados de receber milhões de dólares em conta secreta no exterior e no Brasil. As duas sentenças do então juiz Sérgio Moro condenaram o casal, somadas as penas, a 15 anos de prisão.

Como fizeram delação premiada, passaram a cumprir as penas em regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica. O regime passará a semiaberto – quando poderão sair para trabalhar pela manhã, voltando à noite para casa – em abril. O domicílio-prisão é o condomínio fechado Interlagos, de alto padrão, em Camaçari, perto de Salvador.

Além de compor com a turma do Bendegó – alguns discos estão disponíveis no YouTube -, Santana está próximo de concluir livro sobre marketing político. Entre conquistas na profissão que o tornou milionário, está a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, igualmente condenado na Lava Jato e preso desde abril do ano passado.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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