Entidade de juízes critica “estratégia para constranger” Fachin

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/06/2017 10h18
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BOGT600.- BOGOTÁ (COLOMBIA), 11/04/2017.- Fotografía de archivo del 15 de marzo de 2017 del magistrado Edson Fachin, uno de los once miembros del Tribunal Supremo, quien dio luz verde así a los pedidos de la Fiscalía para abrir investigaciones contra autoridades con fuero privilegiado a partir de los testimonios de 77 exdirectivos del grupo Odebrecht. La Corte Suprema de Brasil autorizó investigar a 9 ministros del Gabinete del presidente Michel Temer y a 71 congresistas por su supuesta implicación en el escándalo de corrupción destapado en el seno de la petrolera estatal Petrobras, informó hoy, martes 11 de abril de 2017, el diario 'O Estado de Sao Paulo' en su versión digital. EFE/ARCHIVO/Joédson Alves EFE/ARCHIVO/Joédson Alves Ministro do STF Edson Fachin - EFE

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) publicou nota nesta segunda-feira (5), em defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. A entidade fala em “indignação e repúdio” contra “posturas que sejam tomadas visando à tentativa de obstrução da Justiça e de enfraquecimento do Poder Judiciário”.

“A Ajufe, tendo em vista notícia veiculada pela imprensa, dando conta de que há uma estratégia montada para constranger o Supremo Tribunal Federal e seus ministros por meio de apresentação de questionamento formal ao ministro Edson Fachin acerca de fatos pretéritos relacionados à sua indicação e nomeação para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, vem manifestar sua indignação e repúdio quanto a quaisquer posturas que sejam tomadas visando à tentativa de obstrução da Justiça e de enfraquecimento do Poder Judiciário”, afirmou o presidente da Ajufe, Roberto Carvalho Veloso.

Na semana passada, deputados governistas protocolaram um pedido de explicações a Fachin sobre qual seria a relação dele com o Ricardo Saud, executivo e delator do grupo J&F. O grupo de parlamentares afirma que Fachin teria contado com ajuda de Saud em 2015 no périplo no Senado antes da sabatina pela qual o ministro passou antes de ser referendado para o STF. Os deputados tentam pressionar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para incluir o tema na pauta desta semana.

O presidente da Ajufe afirmou ainda que “as decisões judiciais, proferidas por magistrados federais ou por ministro do Supremo Tribunal Federal, devem ser respeitadas e cumpridas, sendo possível que contra elas sejam apresentados os recursos previstos nas leis processuais”.

“A estratégia de atacar a honra pessoal de magistrados que desempenham sua função constitucional como forma de intimidação e represália à atuação livre e independente, é conduta que não pode ser admitida no Estado Democrático e de Direito”, afirmou Roberto Veloso. Para Veloso, “a sociedade brasileira não permitirá que o processo de depuração e limpeza pelo qual passam as instituições seja barrado por práticas políticas imorais ou que impliquem represálias a magistrados”.

“A Ajufe defende que a apuração dos graves fatos criminosos que foram revelados em razão da Operação Lava Jato e a consequente responsabilização de todos que os praticaram continue a ser feita de forma independente e de acordo com as Leis da República”, disse o presidente da entidade de magistrados.

AMB

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), entidade que representa mais de 14 mil juízes em todo o Brasil, também repudiou nesta segunda-feira o que chamou de “tentativa de obstrução da Justiça por meio do constrangimento do Supremo Tribunal Federal e de seus ministros, na pessoa do ministro Edson Fachin”.

“Estratégias de ataque à honra pessoal, como forma de intimidação ao trabalho sério e respeitável de magistrados, não podem ser aceitos numa democracia. A AMB defende a atuação livre e independente de juízes e ministros do Supremo Tribunal Federal e afirma que a apuração dos fatos gravíssimos revelados pela Operação Lava Jato e a criminalização dos responsáveis serão feitos de forma transparente e de acordo a lei, tal como vem ocorrendo”, afirmou a entidade em nota assinada por seu presidente, Jayme de Oliveira.

“Os brasileiros não aceitam mais a impunidade. A certeza que a lei vale para todos e que deve ser cumprida é o caminho para que a sociedade acredite no seu País, na sua Constituição. O Judiciário continuará atuando de modo firme e independente, nos termos da Constituição da República”, disse o presidente da AMB.

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