Rio recebe equipamentos, e tratamento para Covid-19 deve começar mais cedo
Chegaram hoje na capital 150 respiradores, monitores, bombas infusoras e tomógrafos, equipamento para a detecção precoce do vírus
Com a chegada de novos equipamentos para o combate à Covid-19, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmou nesta quarta-feira (13) que a cidade deve mudar de estratégia e começar mais cedo o tratamento da infecção pelo novo coronavírus.
O Rio recebeu hoje 150 respiradores, monitores e bombas infusoras, além de um milhão de máscaras e óculos para a proteção individual de médicos, enfermeiros e técnicos. Também foram entregues tomógrafos, aparelhos que permitem a detecção precoce da doença. Ontem, chegou a primeira remessa desses equipamentos, vindos da China.
“Ao lado de cada tomógrafo vai ter uma pequena enfermaria. Aquela pessoa que vem descompensada, na diabetes ou pressão alta, já vai ficar ali para ser cuidada, mudando aquela estratégia de início, que as pessoas iam para casa. Tinha esse medo de fazer com que os leitos ficassem esgotados, havia poucos leitos. Então, voltasse se tivesse febre ou falta de ar. Agora, não. Agora estamos mais preparados, graças a Deus, e não se pode esperar isso, tem que começar o tratamento já”, disse Crivella, durante entrevista.
Funcionamento de hospitais
Segundo o prefeito, essas duas remessas possibilitarão o pleno funcionamento do Hospital de Campanha da Prefeitura, no Riocentro, com 80 novos respiradores, e do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, que receberá 200 respiradores. Outros 20 irão para a Coordenação de Emergência Regional (CER) Leblon, na zona sul da cidade. A prefeitura estima um prazo de até dez dias para que os hospitais municipais estejam em funcionamento pleno para atender pacientes da Covid-19.
A prefeitura aguarda ainda a chegada de mais respiradores e equipamentos comprados da China nos próximos dias 28, 29 e 30 de maio. Ao todo, 150 respiradores deverão desembarcar no Rio no dia 28; 150, no dia 29; e, 120 no dia 30.
Os equipamentos que estão atualmente nesses locais, de acordo Crivella, estão em ótimo estado e serão disponibilizados para outros hospitais. “Equipamentos novos são importantes nesses hospitais porque aqui nesses hospitais tenho os casos mais graves. Então, as pessoas que estão com casos mais graves vão ter oportunidade de ter o equipamento mais novo”, explicou.
Além dos respiradores, Crivella ressaltou que a prefeitura segue com a instalação de tomógrafos, que permitem a detecção precoce da doença. Os aparelhos deverão chegar ainda esta semana à Rocinha e Cidade de Deus, no Rio.
Medidas de isolamento
As medidas de isolamento social adotadas pela cidade do Rio de Janeiro podem se estender dependendo da curva de contágio pelo novo coronavírus. Segundo o prefeito, não há prazo para a suspensão das ações adotadas para o afastamento social.
“Na medida em que tenhamos leitos disponíveis em boa quantidade e curvas baixando, claro que vamos voltar. Não tem um carioca que não queira. Mas, temos que voltar com nível de infecção baixo e que não coloque em risco pessoas com comorbidade [ocorrência de duas ou mais doenças relacionadas no mesmo paciente] e [desde que] tenhamos leitos para atender as pessoas”, disse.
A prefeitura do Rio de Janeiro bloqueou, até o momento, 13 áreas da cidade, que passaram a ter restrições à circulação de veículos e pedestres, visando evitar a expansão do novo coronavírus. Essas regiões ficarão cercadas por grades pelo menos até o próximo dia 18.
De acordo com o secretário municipal de Ordem Pública, Gutemberg Fonseca, não se pode chamar as medidas de lockdown, que é o confinamento mais restrito de pessoas e a liberação de funcionamento apenas de atividades essenciais. “Vamos chamar de bloqueio, bloqueio parcial. O bairro todo não está bloqueado, mas o fluxo em pontos que persistem como pontos de aglomeração. A aglomeração hoje é nossa inimiga”, ressaltou.
Sobre a reabertura de academias e salões de beleza, Crivella esclareceu que ainda não é o momento para isso. “O presidente Bolsonaro, em seu decreto, deixou, no final, explícito que governadores e prefeitos poderiam, de acordo com a situação, tomar as decisões que achassem melhores. Não é impositivo”, pontuou. “Nós estamos vendo o Rio de Janeiro e entrando em contato com ele e explicando, aqui, as nossas preocupações com as curvas, que subiram”.
* Com informações da Agência Brasil
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