Estudo aponta que 86% dos mortos pela polícia no Rio de Janeiro são negros

RJ foi o Estado que mais produziu mortes em ações e intervenções policiais em 2020, seguido por São Paulo; levantamento foi realizado pela Rede de Observatórios da Segurança

  • Por Jovem Pan
  • 14/12/2021 11h02
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Reginaldo Pimenta/Agência O Dia/Estadão Conteúdo - 06/05/2021 Em favela do Rio, morador se esconde atrás de sofá velho na calçada enquanto caveirão da polícia passa pela rua Entre os mortos pela polícia no Rio de Janeiro, 86% são pessoas negras

Com 1.245 mortes, o Rio de Janeiro foi o Estado que mais produziu mortes em ações e intervenções policiais em 2020. É o que aponta o estudo realizado pela Rede de Observatórios da Segurança, que monitorou sete Estados brasileiros ao longo do ano. São eles Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre os mortos pela polícia no Rio de Janeiro, 86% são pessoas negras: 54,8% pardos e 31,2 negros. Entre as capitais, Rio de Janeiro é a que registrou o maior número total de óbitos em ações policiais, com 415 registros, sendo 90% negros.

Tabela "Proporção da população e mortes pela polícia por cor Estado do Rio de Janeiro- 2020" da Rede de Observatórios de Segurança

Logo atrás do Rio de Janeiro, vem o Estado de São Paulo, com 814 mortos pela polícia. Em 63% dos casos, as vítimas eram negras. O levantamento ressalta que a taxa é quase o dobro do percentual desse mesmo grupo na população paulista (35%). Na capital, 69% dos mortos são pardos e pretos. Outros dados do estudo mostram que em Salvador, Fortaleza e Recife 100% dos mortos em ações policiais são negros. No Ceará, a população negra tem sete mais chances de morrer que brancos. Entre os Estados, a Bahia novamente apresenta a maior porcentagem de mortes de pessoas negras por agentes do Estado (98%).

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