Estudo da Fiocruz vai analisar efetividade da vacinação em massa nas favelas da Maré, no Rio

Objetivo é vacinar toda a população adulta do local com a primeira dose da AstraZeneca entre 29 de julho e 1º de agosto

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2021 15h00 - Atualizado em 22/07/2021 15h01
EFE/EPA/JUNG YEON-JE / Archivo Vacina de Oxford/AstraZeneca A Fiocruz deve ter permissão para produzir insumos da vacina de Oxford no país ainda neste mês; a previsão é fornecer cerca de 200 milhões de doses ao Ministério da Saúde a partir de outubro

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde do Rio, fará um estudo para analisar a efetividade da vacinação em massa contra a Covid-19 no Complexo da Maré, maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro. O objetivo é vacinar toda a população adulta do local com a primeira dose da AstraZeneca entre 29 de julho e 1º de agosto. Atualmente cerca de 140 mil pessoas vivem na Maré. Parte delas já foi vacinada, contemplada pelo calendário de imunização da Prefeitura. O estudo vai fazer a identificação de casos sintomáticos de coronavírus com teste RT-PCR e cruzar com o monitoramento da situação vacinal. Assim, será possível analisar a efetividade da vacina levando em conta critérios de idade, sexo, tipo de imunizante, tempo de infecção após a vacinação, ocorrência de casos graves e prevenção de óbitos.

“Olhar o impacto da vacinação numa grande comunidade já seria algo inédito. Agora pensar que isso será realizado na Maré, que tem dimensão populacional superior a 96% dos municípios do país, é algo único, que nos permitirá um mapeamento com características singulares”, afirma o coordenador do estudo, Fernando Bozza. “Aspectos da doença em si, como a dinâmica de transmissão do vírus no território, a vigilância de suas variantes e o acompanhamento de possíveis efeitos adversos das vacinas serão outros pontos abordados pelo estudo, para além da efetividade da vacina, que é o foco principal”, completa. Além disso, a Fiocruz vai acompanhar 2 mil famílias que moram na Maré por seis meses, com o intuito de mapear a transmissão do vírus em ambiente familiar. Nesta etapa serão coletados os dados para concluir se, ao vacinar os adultos, as crianças também ficam protegidas. “Um dos objetivos do estudo é entender a dinâmica da transmissão e a proteção indireta que esse grupo pode adquirir uma vez que a família esteja imunizada. Queremos entender se a vacinação em massa da população adulta inibe a circulação do vírus de forma a proteger também as crianças e os adolescentes”, explicou Bozza.

 

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