DF confirma seis casos da variante Delta; outras quatro infecções são investigadas
Confirmação aconteceu no mesmo dia em que Brasília recebeu o primeiro jogo de futebol com público desde o início da pandemia; cepa é considerada a mais contagiosa da Covid-19
No mesmo dia em que Brasília recebeu o primeiro jogo de futebol com público desde o início da pandemia, o governo do Distrito Federal (DF) confirmou seis casos da variante Delta, apontada como a forma mais contagiosa da Covid-19. A partida desta quarta-feira, 21, válida pela Libertadores, aconteceu entre Flamengo e Defensa y Justicia e contou até mesmo com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro. Embora a nova cepa seja preocupante, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu que a ideia é retomar as atividades de forma responsável. “Até onde eu sei todo o público será testado, só entra lá as pessoas que estão com o teste de RT-PCR realizado negativo. É necessário que já consigamos promover um retorno às atividades econômicas”, defendeu o membro do governo. A variante indiana foi identificada depois de uma análise de 67 exames na capital do país. Além dos seis casos já confirmados, autoridades de saúde também investigam outras quatro ocorrências no DF. O secretário da Casa Civil do governo do Distrito Federal, Gustavo Rocha, disse que é cedo para dizer se a mutação circula livremente na capital do país.
“Ainda não há elementos suficientes para falar se há transmissão comunitária. Após todos essas informações, esses testes e análises é que será possível fazer essa divulgação. No momento os dados que nós temos não permitem fazer essa confirmação”, afirmou. Nesta sexta-feira, 23, Brasília vai vacinar jovens a partir dos 37 anos. Dessa vez, não haverá agendamento, procedimento que era comum para a primeira dose. A secretaria de saúde local informou que, para evitar filas e aglomerações, serão quase 100 postos de vacinação, o dobro do adotado atualmente. No geral, existem muitas críticas ao ritmo da imunização no DF, que mesmo com uma população pequena, está atrás de vários Estados brasileiros. A justificativa é que o governo local optou por reservar a segunda dose para todos os vacinados. No entanto, o Ministério Público investiga possíveis irregularidades e a prática de “fura-fila”. O órgão questiona ainda a inclusão recente de quase 30 mil militares das Forças Armadas na lista prioritária.
Em meio ao avanço da vacinação, o ministro Marcelo Queiroga confirmou que o governo federal desistiu de comprar 20 milhões de doses da Covaxin e 10 milhões da Sputnik V. Ele explicou que o país já tem mais de 600 milhões de doses de vacinas contratadas, enquanto os imunizantes das duas empresas sequer possuem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Existe hoje o que se chama de sommelier de vacinas, as pessoas saem escolhendo ‘aquele posto tem aquela vacina, aquele outro tem outra’. Imagina essas que vêm dentro de um contexto muito restritivo, com 21 condicionais da Anvisa como vai ficar”, afirmou, destacando que governadores e prefeitos, no entanto, não serão proibidos de comprar os compostos por conta própria, desde que sigam as regras da agência reguladora. O governador do Piauí, Wellington Dias, do Consórcio Nordeste, se reuniu com representantes da Sputnik V. Porém, com a decisão do governo federal de não adquirir mais os imunizantes, a negociação dos Estados acabou sendo adiada.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.