Estudo mostra melhora na qualidade da água do Rio Tietê
Mancha de poluição diminui, mas trecho monitorado não tem nenhum ponto com qualidade ótima
A qualidade da água do Rio Tietê apresentou melhora entre setembro de 2020 e agosto de 2021. A conclusão é da ONG SOS Mata Atlântica, que divulgou seu levantamento anual sobre a qualidade das águas da principal bacia hidrográfica do Estado de São Paulo, o ‘Observando o Tietê’. A qualidade da água considerada ‘regular’ nos pontos de coleta manteve o crescimento que vem desde 2016: de 59,15% em 2015 foi a 66,3% em 2020 e está em 67,9% na análise divulgada nesta quarta. A água considerada de qualidade boa aumentou de 4,23% em 2010 para 7,2% em 2020 e chegou a 11,3% neste ano. Dessa forma, a água boa e regular, que permite vida aquática e múltiplos usos, chegou a 407km do rio, ou 70,63% do trecho monitorado.
Contudo, outros pontos do levantamento não trazem boas notícias. Nenhum ponto de coleta apresenta água de ótima qualidade desde 2010, e os registros de água péssima cresceram no último ano: após cair de 9,86% para 1,2% entre 2010 e 2020, subiu para 7,5% em 2021 – os pontos de água péssima foram registrados em afluentes do Tietê, um no Ribeirão dos Meninos, em São Caetano do Sul e em outros três pontos no Rio Pinheiros, na capital paulista. A qualidade de água ruim, imprópria para usos e inadequada para a vida aquática, ficou restrita a dois trechos do Rio Tietê, entre o município de Suzano e a Ponte das Bandeiras, na cidade de São Paulo, e no município de Porto Feliz. Esses dois trechos impróprios totalizam 85 quilômetros de extensão, o que representam 14,7% dos 576 quilômetros monitorados e uma marca menor que os 150km de 2020.
O monitoramento é feito ao longo de 576km do rio principal, desde a nascente, em Salesópolis, até a eclusa do Reservatório de Barra Bonita. A coleta também é feita em 21 afluentes do rio. Ao todo, são 53 pontos de coleta. O Tietê cruza 1,1 mil km no Estado de São Paulo de leste a oeste, desde sua nascente até desaguar no Rio Paraná, em Itapura. O rio é alvo de um projeto de despoluição que começou em 1992 e ainda não foi concluído.
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