Exército identifica suspeitos de furto de metralhadoras em São Paulo
Investigações apontam para cooptação de oficiais por facções criminosas; roubo teria ocorrido no Dia da Independência, no dia 7 de setembro
O Exército Brasileiro identificou três militares suspeitos de envolvimento no furto de 21 metralhadoras no Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), localizado em Barueri, na Grande São Paulo. As investigações estão em andamento para determinar se o trio foi cooptado por facções criminosas para realizar o extravio das armas. De acordo com informações fornecidas por oficiais que acompanham o caso, acredita-se que o roubo tenha ocorrido durante o feriado do Dia da Independência, em 7 de setembro, quando o quartel estava com baixo efetivo. As metralhadoras furtadas incluem 13 de calibre .50 (antiaéreas) e oito de calibre 7,62. Os militares que estavam de plantão durante o feriado estão entre os suspeitos, e o Exército pretende tomar medidas disciplinares internas contra os responsáveis pelo controle do armamento, que só perceberam o furto mais de um mês após o ocorrido. Os principais suspeitos já foram notificados no inquérito policial militar aberto para investigar o caso e terão a oportunidade de apresentar suas defesas. O avanço das investigações se deu após a Polícia Civil do Rio de Janeiro enviar ao Exército um vídeo que circulava nas redes sociais, mostrando quatro metralhadoras de grosso calibre sendo oferecidas ao Comando Vermelho. Os oficiais que atuam na investigação reconheceram que as armas exibidas no vídeo são semelhantes às que foram furtadas do Arsenal de Guerra. Diante disso, o Exército decidiu concentrar suas suspeitas no feriado de 7 de setembro como o momento em que as armas foram roubadas. Embora não seja descartada a possibilidade de que as armas tenham sido retiradas gradualmente em diferentes dias, essa linha de investigação perdeu força recentemente. O Exército afirma que as 21 metralhadoras furtadas estavam “inservíveis” e aguardavam manutenção no depósito de Barueri.
As armas de calibre .50 têm capacidade para derrubar helicópteros, sendo frequentemente utilizadas em ações criminosas por grupos ligados ao Comando Vermelho. As outras metralhadoras são visadas para roubos a carros-fortes e combates terrestres diretos. O sumiço das 21 metralhadoras foi percebido pelos militares do Arsenal de Guerra durante uma inspeção realizada no último dia 10. Segundo relatos, esse tipo de controle não é feito periodicamente na unidade militar e ocorre apenas quando alguém precisa acessar o armário onde as armas são guardadas. Após abrir o armário, o militar é obrigado a contar quantas armas permanecem trancadas nos cabides e registrar os números em um arquivo interno. Foi somente quando o militar responsável pela contagem percebeu o desaparecimento das metralhadoras que o inquérito foi aberto. O Comando Militar do Sudeste decidiu manter aquartelados os 480 soldados e oficiais que fazem parte do Arsenal de Guerra. No entanto, na última terça-feira (17), 320 militares foram liberados. O comandante do Exército, general Tomás Paiva, assegurou que a Força está empenhada em resolver o caso e recuperar as armas, além de punir os responsáveis. O Ministério Público Militar foi informado sobre o furto e solicitou informações sobre a investigação ao Exército, mas os procuradores militares só devem se envolver no caso após a conclusão do inquérito conduzido pela Força.
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