Ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz é preso em Atibaia

  • Por Jovem Pan
  • 18/06/2020 06h55 - Atualizado em 18/06/2020 08h44
Reprodução/SBT Fabrício Queiroz Fabrício Queiroz, policial Militar aposentado, é ex-assessor e ex-motorista de Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente da República Jair Bolsonaro

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, foi preso nesta quinta-feira (18) em Atibaia (SP). No momento da prisão, realizada sob o âmbito de operação da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo, ele estava no imóvel do advogado do parlamentar.

A prisão faz parte de desdobramento da investigação que apura esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que é o desvio de públicos por meio da devolução parcial de salário pelos assessores. O policial militar aposentado também é investigado por lavagem de dinheiro fazendo transações imobiliárias com valores de compra e venda fraudados. Ele teria movimentado R$ 1,2 milhão em sua conta bancária de forma atípica, de acordo com o Coaf (Conselho de Atividades Financeiras).

Segundo o Delegado Nico, as informações a respeito do paradeiro de Queiroz foram dadas pelos caseiros do imóvel pertencente ao advogado de Flávio, Frederick Wassef. Agora, Queiroz será transferido ao Rio de Janeiro e, ao contrário do previsto nesta manhã, não prestará depoimento do Gaeco.

Entenda o caso

Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro são alvos, desde julho de 2018, de uma investigação sobre um esquema de “rachadinha” – quando servidores devolvem parte de seus salários aos deputados – no gabinete de Flávio. Na época, o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) descobriu uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Queiroz.

Em julho de 2019, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, atendeu a um pedido da defesa de Flávio e suspendeu as investigações, o que foi reforçado, em outubro, pelo ministro Gilmar Mendes. Em 28 novembro, após um julgamento no STF, a apuração foi retomada.

Em áudios revelados pelo jornal Folha de S. Paulo neste ano, Queiroz demonstra preocupação com as investigações. “O MP tá com uma pica do tamanho de um cometa para enterrar na gente. Era para a gente ser a maior força, a gente. Está todo mundo temendo, todo mundo batendo cabeça”, diz. Em outro, mais antigo, o ex-assessor de Flávio oferece cargos no gabinete do então deputado.

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