Família de Marielle diz ao STJ que é contra federalização do caso

Em um de seus últimos atos diante da Procuradoria-Geral da República, a ex-PGR Raquel Dodge pediu a federalização das investigações alegando ineficiência do Estado do Rio de Janeiro

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2020 17h57
marielle franco falando em um microfone. Mulher negra de cabelos crespos castanhos e batom preto, com camisa rosa e casaco vermelho e azul Vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018. O motorista Anderson Gomes também foi atingido pelos disparos e morreu

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro protocolou nesta segunda-feira (6) no Superior Tribunal de Justiça (STJ), petição com a manifestação da família de Marielle Franco e Anderson Gomes, em que é requerida a manutenção das investigações com o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.

O documento é uma resposta ao pedido de federalização feito pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge no fim de seu mandato, em setembro de 2019.

A Defensoria afirma, por meio de nota, que sustentou “a permanência das investigações na esfera estadual em razão da participação da família e do controle externo da apuração do caso já realizado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ)”. Segundo o órgão, “nenhuma esfera está totalmente isenta a interferências”.

Denúncia e despedida

A ex-procuradora-geral da República alegou, ao anunciar o pedido de federalização, que há “ineficiência” na apuração pela esfera estadual.

Além disso, no dia 17 de setembro, data do fim de seu mandato, também anunciou que solicitou a investigação do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio Domingos Brazão como suspeito de ser mandante e o denunciou à Justiça por obstrução.

Marielle foi executada em março de 2018. Se aceito o pedido, será aberto um novo inquérito sobre Brazão. Caberá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir se o caso será deslocado.

Segundo a denúncia, Brazão se aliou a um dos funcionários de seu gabinete – Gilberto Ribeiro da Costa -, ao PM Rodrigo Ferreira, o Ferreirinha, à advogada Camila Nogueira e ao delegado da Polícia Federal Hélio Khristian.

O objetivo seria fazer as investigações em âmbito estadual “passarem longe dos reais autores do crime”.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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