Santa Cruz: ‘OAB irá analisar os indícios de crimes apontados por Moro’
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, afirmou que a instituição irá analisar os indícios de crimes apontados pelo ex-ministro Sergio Moro durante pronunciamento na manhã desta sexta-feira (24). O ex-juiz da Lava Jato afirmou que deixava o cargo após o presidente Jair Bolsonaro declarar que pretende interferir no comando e na autonomia da Polícia Federal.
“A OAB irá analisar os indícios de crimes, apontados por Moro. Mas preciso registrar meu lamento e minha indignação com as crises que o presidente nos impõe, por motivos extremamente suspeitos, em meio a uma crise pandêmica que, de tão grave, deveria ao menos ser a única”, afirmou o presidente da OAB.
Em nota, Santa Cruz afirmou que a Comissão de Estudos Constitucionais da OAB irá formular um “estudo detalhado” do pronunciamento e suas implicações jurídicas.
A OAB irá analisar os indícios de crimes, apontados por Moro. Mas preciso registrar meu lamento e minha indignação com as crises que o Presidente nos impõe, por motivos extremamente suspeitos, em meio a uma crise pandêmica que, de tão grave, deveria ao menos ser a única.
— Felipe Santa Cruz (@felipeoabrj) April 24, 2020
Interferência na PF
O ex-ministro Sergio Moro afirmou mais cedo que deixou o governo para defender a autonomia da Polícia Federal. Em entrevista coletiva, em Brasília, o ex-juiz federal disse que a exoneração de Maurício Valeixo da diretoria-geral da PF foi uma interferência política do presidente Jair Bolsonaro na corporação.
“Falei ao presidente que seria uma interferência política e ele disse que seria mesmo”, relatou Moro sobre a conversa com Bolsonaro em relação à troca de Valeixo. “O problema não é a questão de quem colocar, é por que trocar e permitir a interferência política na Polícia Federal”, continuou.
Segundo Moro, o presidente Jair Bolsonaro queria que Valeixo fosse substituído por alguém da confiança dele e de quem fosse próximo. “O presidente me disse mais de uma vez que queria uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, colher informações e relatórios de inteligência”, explicou. “Não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação”, defendeu o ex-ministro, citando que nem mesmo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, investigados pela Lava Jato, fizeram isso.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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