‘Estou longe de encerrar a minha jornada’, escreveu Fernanda Young dois dias antes de morrer

  • Por Jovem Pan
  • 25/08/2019 11h53 - Atualizado em 25/08/2019 11h55
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Reprodução/Instagram Escritora morreu aos 49 anos neste domingo (25)

Em um desabafo publicado na última sexta-feira (23), a atriz e escritora Fernanda Young disse que sua jornada estava longe de ser encerrada. Aos 49 anos, Young morreu neste domingo (25).

As primeiras informações, ainda não confirmadas pela família, indicam que a escritora morreu após uma crise de asma seguida de parada respiratória.

No texto publicado dois dias antes de sua morte, Young fez uma crítica a quem lhe criticava.

As pessoas me acham maluca, mas estou observando tudo – de dentro e de fora. Pensam que não percebo as suas falcatruas, mas ser gentil não significa ser otária! Trabalho feito uma vaca, pago essas merdas desses impostos, não vejo uso para eles, escuto que mamo em tetas do governo; divirto as pessoas, ofereço poesia, e lido com ignorâncias proferidas por um bando de escroto que mete Deus nos seus discursos hipócritas”, escreveu.

Fernanda ainda ressaltou que sempre trabalhou e todas suas conquistas foram por mérito próprio. “Deito e levanto cansada porque nunca peguei um centavo de ninguém e tudo o que tenho é fruto de TRABALHO. Não herdei, não ganhei, nem sou sustentada! Tenho 4 filhos que estão aprendendo a serem éticos e livres. E o que ouço? É louca!”.

Falando sobre os incêndios da Amazônia, Young compartilhou a tristeza que sentia com a situação. “O que vejo? A nossa cultura material e imaterial, a nossa língua, a nossa fauna, flora, sendo esganiçada, sacaneada, por ogros maléficos. Estamos virando uma gente porcaria, afinal ‘piorar é mais fácil'”.

Comigo, não! Não! Sei reconhecer um lápis meu em meio a um milhão! Não estive ‘calada nos últimos 14 anos’, não aceito desaforo! Sou uma mulher de 50 anos que sonhou alto e realizou muito. E estou longe de encerrar a minha jornada nessa orbe! Aos que se interessam: bom proveito. Para os outros: estou pouco me lixando!”, finalizou.

Leia o texto completo:

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As pessoas me acham maluca, mas estou observando tudo – de dentro e de fora. Pensam que não percebo as suas falcatruas, mas ser gentil não significa ser otaria! Trabalho feito uma vaca, pago essas merdas desses impostos, não vejo uso para eles, escuto que mamo em tetas do governo; divirto as pessoas, ofereço poesia, e lido com ignorâncias proferidas por um bando de escroto que mete Deus nos seus discursos hipócritas. Deito e levanto cansada porque nunca peguei um centavo de ninguém e tudo o que tenho é fruto de TRABALHO. Não herdei, não ganhei, nem sou sustentada! Tenho 4 filhos que estão aprendendo a serem éticos e livres. E o que ouço? É louca! O que vejo? A nossa cultura material e imaterial, a nossa língua, a nossa fauna, flora, sendo esganiçada, sacaneada, por ogros maléficos. Estamos virando uma gente porcaria, afinal “piorar é mais fácil”! E fica tão claro o oportunismo das ratazanas sorrateiras, que veem na “loucura do criador”, achando-nos dispersos, irresponsáveis, ricos, nesgas para sermos passados para trás! Comigo, não! Não! Sei reconhecer um lápis meu em meio a um milhão! Não estive “calada nos últimos 14 anos”, não aceito desaforo! Sou uma mulher de 50 anos que sonhou alto e realizou muito. E estou longe de encerrar a minha jornada nessa orbe! Aos que se interessam: bom proveito. Para os outros: estou pouco me lixando! ⚔️ (Texto escrito no ônibus. Ganho para escrever. Aqui ofereço de graça e com erros. “Flagra” de @e.mym que postou a foto com uma legenda muito mais sábia.) ?

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