Filho de ex-ministro Edison Lobão é alvo da Lava Jato
Organização é acusada de fraudar licitações com pagamento de propinas a executivos da Petrobras; mais de 100 obras de arte foram apreendidas nesta terça-feira
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira, 12, a 79ª fase da Operação Lava Jato, denominada Vernissage. A ação ocorre em parceria com a Receita Federal e o Ministério Público Federal (MPF). Cerca de 70 policiais federais e 10 auditores da Receita Federal cumprem 11 mandados de busca e apreensão, sendo dois em Brasília (DF), três em São Luís (MA), um em Angra dos Reis (RJ), três no Rio de Janeiro (RJ) e dois em São Paulo (SP). Os mandados judiciais foram expedidos pela 13ª Vara Federal em Curitiba. Um dos endereços é ligados a Márcio Lobão, filho do senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (MDB-MA). De acordo com o MPF, a operação desta terça-feira é um desdobramento da 65ª fase da Lava Jato que, em setembro de 2019, havia prendido Márcio Lobão.
“Durante as investigações da Operação Lava Jato, foi identificada uma Organização Criminosa voltada a fraudar o caráter competitivo das licitações, mediante o pagamento de propina a altos executivos da Petrobras, bem como a outras empresas a ela relacionadas, como a Transpetro. O então diretor da Transpetro, no período de 2003 a 2014, seria indicação política no esquema criminoso que dividia os altos cargos da Petrobras e subsidiárias. Suspeita-se que os contratos celebrados pela Transpetro com algumas empresas teriam gerado, entre os anos de 2008 e 2014, o pagamento de mais de R$12 milhões em propinas pagos a este grupo criminoso. Após o recebimento desses valores, muitas vezes pagos em espécie, eram realizadas várias operações de lavagem de capitais para ocultar e dissimular sua origem ilícita, especialmente, através da aquisição de obras de arte e transações imobiliárias”, diz um trecho da nota emitida pela PF.
Também em nota, o Ministério Público Federal afirmou que “um dos objetivos da operação é a apreensão de mais de 100 obras de arte adquiridas por investigado que também já é réu em ação penal na Lava Jato”. “A apreensão não apenas permitirá que as obras sejam periciadas pelo corpo técnico da Polícia Federal, como garantirá a plena efetividade das penas de perdimento, reparação de danos e pagamento de sanções pecuniárias que eventualmente venha a ser impostas ao réu na ação penal em curso”, acrescenta o MPF.
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