Flávio confirma que parentes da ex-mulher de Bolsonaro eram seus assessores

‘Nem sempre eles ficam dentro do gabinete’, argumentou o senador

  • Por Jovem Pan
  • 19/12/2019 20h31 - Atualizado em 19/12/2019 20h32
Pedro França/Agência Senado Flávio Bolsonaro Flávio é suspeito de ter lavado dinheiro obtido por meio de suposta prática de "rachadinha" comprando dois apartamentos em Copacabana, no Rio

Em vídeo publicado no YouTube nesta quinta-feira (19) o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse que os parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, cujos endereços foram alvos nesta quarta de mandados de busca e apreensão no contexto de uma investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ), trabalharam de fato como seus ex-assessores. Ana Cristina é ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.

“As pessoas trabalhavam em Resende, e como era uma distância longa da cidade até o meu gabinete, trabalhavam lá. Todo político tem isso. Nem sempre os assessores ficam dentro do gabinete”, argumentou o senador. Para o MP, há indícios de que estes ex-assessores poderiam ser funcionários-fantasmas do gabinete de Flávio, então deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Apartamentos

No vídeo, o senador se defendeu das suspeitas levantadas pelo MP-RJ de que teria lavado dinheiro obtido por meio de suposta prática de “rachadinha” comprando dois apartamentos em Copacabana, no Rio. A operação envolve R$ 638,4 mil.

“Só porque consegui comprar um apartamento num preço bom, estou lavando dinheiro? São duas quitinetes que eu comprei, de 29 m², sem vaga na garagem, ‘cacarecadas’, em Copacabana. Comprei de um grupo de investidores americanos que estava saindo do Brasil e eles me ofereceram três imóveis. Como eu não tinha dinheiro, eu comprei só dois”, disse o senador. “É óbvio que eu consegui um preço melhor porque eram dois imóveis dos mesmos vendedores. Eu tenho que comprar mais caro para não ter suspeita? Que loucura é essa?” questionou.

Segundo Flávio, as acusações do MP fazem parte de uma “perseguição absurda do Rio de Janeiro em cima de mim porque querem me atingir para tentar atingir o presidente da República”, Jair Bolsonaro, de quem é filho. O senador também alegou que tem um patrimônio “muito menor” do que afirmaria o MP, de R$ 9 milhões. No entanto, o parlamentar não citou valores.

Boleto

Sobre a afirmação do MP de que o policial militar Diego Sodré de Castro Ambrósio teria pago um boleto de R$ 16.564,81 emitido em nome da esposa do senador, Fernanda Bolsonaro, o parlamentar disse que Diego, que é seu amigo, teria pago o boleto porque “o banco já tinha fechado e eu não tinha aplicativo no telefone na época”. O boleto é referente a uma parcela de um apartamento. O valor do pagamento não foi mencionado pelo senador no vídeo publicado.

“Qual o problema nisso? Aí vão cruzar as informações dos depósitos bancários… Como ele Diego é um pequeno empresário bem-sucedido, comprava produtos na minha loja no final do ano para dar de presente para os seus clientes”, disse Flávio, em referência à loja de chocolates da qual é sócio em um shopping center na Barra da Tijuca, no Rio e Janeiro.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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