Flordelis admite que sabia de plano para matar pastor Anderson e que chegou a alertar o marido
Segundo a parlamentar, mensagem revelada pelo filho adotivo Lucas dos Santos e recebida do celular da própria deputada, foi enviada por Márcia, uma de suas filhas
A deputada federal Flordelis (PSD) confessou, nesta sexta-feira, 19, pela primeira em depoimento, que sabia da existência de um plano para matar o pastor Anderson do Carmo. Ela negou, no entanto, qualquer ligação com o crime. Para a polícia e Ministério Público, não há dúvidas do envolvimento da deputada, que seria mentora do assassinato. No depoimento, ocorrido no fórum de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, Flordelis afirmou que o filho adotivo Lucas dos Santos mostrou uma mensagem de texto recebida do celular da própria deputada, pedindo que ele matasse Anderson. A parlamentar disse, porém, que todos tinham acesso ao aparelho de celular dela, e que a tal mensagem foi enviada por Márcia, uma de suas filhas.
Flordelis tinha mais de 50 filhos, entre adotivos e biológicos, com Anderson. A deputada afirmou, também, que chegou a contar sobre a mensagem ao pastor, no entanto rechaçou qualquer envolvimento com o crime. Na audiência, Flordelis chorou, rezou e se emocionou. Ela está cumprindo medidas cautelares e utiliza uma tornozeleira eletrônica. Sete filhos da parlamentar e uma neta já foram presos por participar de forma direta ou indireta no crime. Em Brasília, o Conselho de Ética da Câmara discute a possível cassação do mandato de Flordelis por quebra de decoro parlamentar.
Morte de Anderson
O pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi assassinado na madrugada do dia 16 de junho de 2019 na garagem da casa da família, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. A princípio, a deputada afirmou que Anderson seria vítima de uma tentativa de latrocínio, mas investigações da polícia do Rio de Janeiro detectaram indícios de envolvimento dos filhos da pastora no assassinato. Flordelis foi indiciada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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