Funcionários da General Motors no ABC entram em greve por reajuste salarial

Empresa oferece reposição da inflação apenas a partir de 2022, o que não foi aceito pelo Sindicato

  • Por Jovem Pan
  • 01/10/2021 22h39
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Arquivo/General Motors do Brasil Arquivo/General Motors do Brasil Fábrica da GM ficou parada por três meses em 2021 por falta de componentes eletrônicos

Os funcionários da General Motors (GM) no ABC paulista decidiram entrar em greve após não entrarem em acordo com a empresa sobre o reajuste salarial a ser recebido. A reivindicação dos metalúrgicos é por um pagamento de 5% de aumento real mais 10,42% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado até setembro, além de correção do piso salarial, vale-alimentação entre R$ 500 e R$ 1.000, participação nos resultados e adiantamento de 13º salário. Segundo o sindicato, a empresa ofereceu repor o INPC, mas realizando o pagamento somente em fevereiro de 2022, sem retroatividade. Para compensar o intervalo, pagaria um abono de R$ 1.000 ainda neste mês, proposta que não foi aceita pelos trabalhadores.

Uma reunião de três horas realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) entre representantes dos trabalhadores e da montadora terminou sem acordo. O sindicato calcula que 4,1 mil trabalhadores aderiram à greve, que deve prosseguir ao menos até a próxima segunda-feira. Os funcionários só aceitam retomar as negociações se a empresa garantir a renovação do direito à estabilidade de emprego aos metalúrgicos com doenças ocupacionais. O acordo coletivo vigente prevê esse benefício, mas a validade prevista era até 31 de agosto. Caso um acerto não ocorra, uma nova audiência deve ser realizada no TRT-2 na quarta, 6.

A fábrica da GM em São Caetano do Sul produz os modelos Spin, Tracker, Joy e Joy Plus (versões antigas do Onix e do Prisma), que dividem os 750 veículos finalizados diariamente. A montadora diz que busca um acordo que seja o melhor para todos. A planta ficou parada por três meses devido à falta de componentes eletrônicos e para a realização de obras que permitem a fabricação do modelo Montana e retornou aos trabalhos há um mês. “A empresa espera que a situação possa ser resolvida o quanto antes, com um acordo viável e sustentável, e que rapidamente as operações de nossa fábrica estejam totalmente normalizadas”, afirmou, em nota. As lideranças sindicais se colocaram à disposição para negociar durante o fim de semana, mas nenhuma reunião foi marcada ainda.

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