Fux chama assassinato de juíza de ato covarde e pede mais ações contra o feminicídio
Presidente do STF disse que crime deve trazer reflexão; Pelo Twitter, Gilmar Mendes afirmou que feminicídio é ‘endêmico no país’
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Fux, se manifestou nesta sexta-feira, 25, sobre o assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, morta a facadas pelo ex-marido na tarde desta quinta, 24, na frente das três filhas do casal. Em nota, o ministro classificou o ato como “ataque covarde” e afirmou que são necessárias mais ações para coibir o feminicídio e a violência doméstica no país. “Deve ser redobrada, multiplicada e fortalecida a reflexão sobre quais medidas são necessárias para que essa tragédia não destrua outros lares, não nos envergonhe, não nos faça questionar sobre a efetividade da lei e das ações de enfrentamento à violência contra as mulheres. O esforço integrado entre os Poderes constituídos e a sensibilização da sociedade civil, no cumprimento das leis e da Constituição da República, com atenção aos tratados internacionais ratificados pelo Brasil, são indispensáveis e urgentes para que uma nova era se inicie e a morte dessa grande juíza, mãe, filha, irmã, amiga, não ocorra em vão”, afirmou.
Fux disse que a morte da magistrada e a comoção gerada ao redor do fato devem impulsionar o debate na sociedade por posicionamentos mais firmes. “Estamos em sofrimento, estamos em reflexão e nos perguntando o que poderíamos ter feito para que esta brasileira Viviane não fosse morta. Precisamos que esse silêncio se transforme em ações positivas para que nossas mulheres e meninas estejam a salvo, para que nosso país se desenvolva de forma saudável.”
Por meio do Twitter, o ministro do STF, Gilmar Mendes, também se manifestou sobre o assassinato e afirmou que o feminicídio é “endêmico” no Brasil. “O gravíssimo assassinato da Juíza Viviane Arronemzi mostra que o feminicídio é endêmico no país: não conhece limites de idade, cor ou classe econômica. O combate a essa forma bárbara de criminalidade quotidiana contra as mulheres deve ser prioritário”, escreveu.
A magistrada foi assassinado na véspera do Natal na avenida Raquel de Queiroz, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo informações da Polícia Civil, Paulo José Arronenzi, de 52 anos, foi preso em flagrante e autuado pelo crime de feminicídio. A magistrada tinha 45 anos e integrava o sistema judiciário carioca há 15 anos. Atualmente, ela trabalhava na 24ª Vara Cível da Capital. Antes, autuou na 16ª Vara de Fazenda Pública. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento que o homem desfere golpes contra a vítima enquanto as filhas ao redor pedem para que ele pare. O crime está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
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