Atriz Cristiane Machado fala de projeto para ajudar vítimas de violência doméstica
Calendário com histórias de 12 mulheres que sofreram agressão busca ajudar quem vive em um relacionamento abusivo; toda a renda será revertida a projetos que dão suporte psicológico às vítimas
A atriz Cristiane Machado é um dos destaques do calendário “As 12 Mulheres”, um projeto do grupo Basté que visa ajudar mulheres vítimas da violência doméstica. Em entrevista ao Tô na Pan desta quinta-feira, 26, a artista falou que todo o valor arrecadado com a venda do calendário será revertido para o tratamento psicológico de mulheres que sofreram agressão e não podem pagar um especialista. “Nessa minha trajetória, eu encontrei muitas mulheres corajosas. Esse projeto ajuda as mulheres que viveram ou vivem relações abusivas a saírem disso. O calendário conta comigo e mais 11 mulheres que superaram a violência doméstica, então é uma forma de incentivar outras mulheres a saírem desses relacionamentos. São 12 histórias diferentes, mas no fundo somos todas iguais e não podemos nos calar”, afirmou a atriz que passou a lutar pela causa após ser agredida pelo ex-diplomata Sérgio Schiller Thompson-Flores enquanto eram casados.
Após sofrer agressões e ameaças de morte, Cristiane reuniu provas contra o então marido e o denunciou. “Eu tive a ideia de instalar as câmeras quando ele ameaçou meus pais de morte. Eles são deficientes, meu pai é deficiente visual e minha mãe é deficiente física. Quem ia acreditar em mim? A mulher sente esse medo, o medo do julgamento. Eu tinha muito receio de morrer, na verdade, eu estava certa de que iria morrer, então queria deixar uma prova para os meus pais”, contou a artista. Ela começou a perceber que algo estava errado no relacionamento cerca de quatro meses após se casar, quando o ex-diplomata começou a implicar com a sua profissão. “Quando a gente se conheceu ele achava um máximo eu fazer novela, depois passou a problematizar e as imposições começaram.”
A denúncia de Cristiane gerou uma grande repercussão e ela passou a ser uma inspiração para muitas mulheres. “Minha missão é emponderar e ajudar outras mulheres. Eu me tornei uma ativista porque, quando eu tive a coragem de denunciar a violência doméstica, muitas mulheres vieram me pedir ajuda e vi que eu não estava nesse barco sozinha. Nós temos algumas políticas públicas, mas o número de casos [de violência] é alarmante. Isso acabou virando uma missão, porque hoje eu sou uma estatística nos casos de agressão, mas eu poderia ser uma estatística na tentativa de feminicídio”, finalizou a atriz.
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