Governo de São Paulo anuncia plano de vacinar crianças contra a Covid-19 em três semanas

Execução da campanha de imunização da faixa etária depende do envio de doses pediátricas da Pfizer pelo Ministério da Saúde ou autorização da pasta para compra diretamente com a farmacêutica

  • Por Jovem Pan
  • 05/01/2022 13h18 - Atualizado em 05/01/2022 13h56
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LUIS GANDARILLAS / AFP menino olhando vacina na Bolívia Anvisa aprovou em 16 de dezembro de 2020 o uso da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira, 5, o plano de vacinação contra a Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos. O plano visa completar a imunização de toda a faixa etária em três semanas, com 250 mil crianças vacinadas por dia, uma capacidade adicional ao processo de vacinação que já ocorre no Estado. “Toda a logística e infraestrutura do governo do Estado foi planejada ainda no final do ano passado e esta preparado para começar a imunização das crianças imediatamente desde que o Ministério da Saúde envie as vacinas ou que autorize os governos dos Estados a comprarem a vacina da Pfizer, já que a Pfizer, neste momento, por contrato com o Ministério não pode vender para outros entes”, afirmou Doria.

O imunizante aplicado no público infantil é diferente do aplicado em maiores de 12 anos. O público infantil vai receber duas doses de 0,2 ml, que correspondem a um terço da concentração das doses da Pfizer administradas em adolescentes e adultos. Em 17 de dezembro, um dia após a vacina da Pfizer ter sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o governo de São Paulo enviou um pedido de compra para a farmacêutica, que afirmou estar atuando junto ao governo federal “para definir as próximas etapas desse processo”. O governador ainda cobrou da Anvisa a aprovação do uso emergencial da CoronaVac no grupo. O Estado já tem 12 milhões de doses de vacina do Instituto Butantan para a vacinação infantil.

O anúncio do plano acontece um dia após a audiência pública realizada para debater a vacinação do grupo com a vacina da Pfizer. Na audiência, a maioria foi contrária à exigência de prescrição médica para a imunização do público infantil. O Ministério da Saúde ainda não deliberou oficialmente sobre a aplicação de doses do imunizante em crianças. A expectativa é que a decisão final da pasta sobre o tema seja divulgada ainda nesta quarta-feira, 5.

Para a vacinação das crianças, o Estado de São Paulo já distribuiu 4,5 milhões de seringas e agulhas de 1 ml, específicas para o público infantil, e 4,5 milhões de carteirinhas de vacinação. A rede contará com 5,2 mil postos, além da disponibilidade escolas estaduais para ampliar o acesso da população infantil à campanha. O público alvo é de cerca de 4,3 milhões de crianças de 5 a 11 anos, sendo 850 mil com comorbidades, deficiências ou pertencentes a grupos prioritários como indígenas e quilombolas.

Cenário epidemiológico no Estado de São Paulo

Nesta quarta, a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva no Estado está em 27,75% . Na Grande São Paulo, em 34,81%. “O maior aporte acaba sendo de internação em enfermaria. Quando nós falamos nessas internações, nós temos que lembrar que estamos documentando Síndromes Respiratórias Aguda Grave, ou seja, todas as manifestações respiratórias de algum desconforto agudo que promovam necessidade de internação, que não obrigatoriamente estejam relacionados à Covid isoladamente. Podem ter outros vírus causadores, como o H3N2, que se torna mais prevalente em nosso meio”, explicou o secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn. Em comparação com a semana epidemiológica anterior, o número de internações registrou um incremento de 29%. “Tivemos um incremento no número de casos. Lembrando, porém, que pelo apagão que tivemos no sistema de Sivep-Gripe, nós tivemos esses número aportados apenas a partir de 1º de janeiro”.

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