‘Há 17 anos não víamos um evento como esse’, afirma prefeito de Rio Branco sobre enchentes no Acre

Além da pandemia de Covid-19, estado também enfrenta surto de dengue e crise migratória; segundo Tião Bocalom, o governo federal tem sido solícito em relação aos problemas da cidade

  • Por Jovem Pan
  • 22/02/2021 11h53 - Atualizado em 22/02/2021 14h34
JUAN DIAZ/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO Além de Rio Branco, as cidades de Tarauacá, Sena Madureira, Cruzeiro do Sul e Feijó foram atingidas por grandes enchentes

Atualmente, o Acre lida com muitos problemas sérios de uma só vez. Além da pandemia da Covid-19, o estado também enfrenta inundações que deixam milhares de desabrigados, surto de dengue e crise migratória. Segundo Tião Bocalom (PP), prefeito da cidade de Rio Branco, capital do Acre, o evento foi atípico e aconteceu rapidamente. “O rio Acre teve uma enchente muito rápida. Aconteceu da noite para o dia, alagou muita coisa, as pessoas perderam muitas coisas. Esse é um evento que a gente não consegue prever. Há 17 anos não acontecia um evento desses. Infelizmente, ali foram mais de 3 mil famílias atingidas”, afirmou Bocalom em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Em relação às causas das enchentes, o prefeito de Rio Branco atribuiu a fenômenos naturais. “Não podemos dizer se houve desmatamento, essa coisa que sempre se falou. Nos meus 67 anos, sempre observei que, de repente, num ano chove muito mais, no outro chove menos, e assim vai. Então não dá para ficar com essa história de que desmatou muito. Porque, na realidade, o nosso clima muda o tempo todo.”

Como se não bastasse isso, a tarefa de cuidar dos atingidos pelas enchentes ficou ainda mais complicada por causa da pandemia. “Uma coisa bem diferente de anos anteriores é tratar tudo com relação à Covid-19. No momento em que você tira as famílias e leva para os aposentos novos, onde a gente dá o suporte a elas, você precisa pensar no distanciamento, precisa verificar se as pessoas têm algum sinal de que estão infectadas, se não estão. Se estão, tem que separar. Um evento totalmente diferente dos anos anteriores”, acrescentou o prefeito de Rio Branco. Tião Bocalom ainda disse que está sendo bem amparado pelo governo federal. O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas, está no Acre desde a última quinta-feira, 18, e, segundo Bocalom, fica até a próxima quarta, 24, que é quando o presidente Jair Bolsonaro deverá visitar as regiões do estado atingidas pelos alagamentos.

O prefeito de Rio Branco ainda afirmou que o governador do estado, Gladson Cameli (PP), está “dando o jeito dele” com relação à crise que o Acre enfrenta. “Eventos simultâneos são complicadíssimos num estado pobre como o nosso, onde as estruturas, não só as de saúde, outras estruturas também são deficientes. Mas o nosso governador está se virando, dando o jeito dele, e o governo do estado já inaugurou mais 15 UTIs. Eu acredito que ele ainda está conseguindo ter um bom controle da situação, especificamente da saúde.”

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