Jovens que trabalham fora têm 3 vezes mais chances de contrair Covid-19, aponta Prefeitura de SP

Desempregados também estão mais vulneráveis do que os que trabalham em home office

  • Por Jovem Pan
  • 13/08/2020 15h28
BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Segurança afere temperatura de cliente de shopping Faixa etária entre 18 e 34 anos é a mais afetada na cidade

A quarta fase do inquérito sorológico realizado pela Prefeitura de São Paulo aponta que pessoas que trabalham fora de casa têm três vezes mais chances de contrair a Covid-19 (18,5%) em relação às que estão em home office (6,2%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 13, pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), em coletiva de imprensa. Outro dado importante mostrado pelo inquérito, que é quinzenal, é que 10,9% dos moradores da capital acima de 18 anos têm anticorpos do novo coronavírus no organismo. No último levantamento esse número era de 11,1%. Para Covas, esse resultado significa uma estabilidade mesmo com os dois meses de reabertura gradual de comércios e serviços, como shoppings, bares e restaurantes. No boletim informativo divulgado ontem, a cidade tem 258.481 casos confirmados da doença.

Além dos números altos entre quem trabalha fora de casa, desempregados também estão mais suscetíveis ao vírus (12,7%). “Isso revela que provavelmente quem trabalha fora se expõe e quem é desempregado sai em busca de trabalho”, comentou Edjane Torreão, secretária-adjunta de Saúde. O inquérito sorológico aponta também a prevalência de casos entre a população de 18 a 34 anos (17,7%), que têm 2,6 mais risco de contrair a doença que a população idosa. “É a principal faixa etária que tem saído de casa para trabalhar”, destacou Covas. O alto índice ainda prevê mais contaminações em quem têm ensino médio completo (15,3%), pardas ou pretas (14,8%), das classes D e E (14,3%) e quem compartilha a casa com mais de duas pessoas (12%).

Constatou-se também que 42,5% são assintomáticos, desses 57,5% apresentaram sintomas da Covid-19. Entre as regiões da cidade, os casos são mais comuns na zona sul (14,7%) seguida das zonas sudeste (11,9%), leste (11,5%), norte (7,9%) e centro-oeste (4,9%). De acordo com a Prefeitura, o exame sorológico usado na pesquisa avalia a presença de anticorpos para a Covid-19 em moradores sorteados aleatoriamente a partir da base de dados do IPTU de 2020, dos hidrômetros de 2017 e do programa Estratégia Saúde da Família (ESF). São selecionados 12 indivíduos com mais de 18 anos para cada área de abrangências das 472 UBS da cidade. A amostra é coletada em domicílio. Ao todo, foram sorteados 5.760 domicílios, nos quais foram feitas 2.532 coletas até 6 de agosto. Ao todo, o inquérito sorológico terá 9 fases (da fase 0 até a 8), realizadas a cada 15 dias, sempre com o mesmo número de indivíduos sorteados. Em paralelo, também é realizado um inquérito específico para crianças e adolescentes.

Cidade de São Paulo não tem data de volta às aulas

Na coletiva, Bruno Covas voltou a declarar que a cidade ainda não tem data definida para a reabertura das escolas, tanto privadas quanto públicas. Segundo ele, mais de 500 instituições educacionais estão em reforma para se preparar para a reabertura. O prefeito destacou que a retomada ocorrerá após recomendação da Vigilância Sanitária. Pelo Plano São Paulo, criado pelo Governo do Estado, o município estaria apto a reabrir as escolas para atividades não obrigatórias em setembro. Na última semana, o Governo do Estado adiou a volta às aulas para 7 de outubro , mas liberará as salas para aulas de reforço e acolhimento, além de autorizar o uso de laboratórios e bibliotecas a partir do dia 8 de setembro.

*Com Estadão Conteúdo

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