Justiça aceita denúncias de homicídio e fraude processual contra policiais que mataram adolescente João Pedro

Garoto de 14 anos foi morto por agentes que invadiram sua casa; depois, corpo foi removido e cena alterada para simular confronto

  • Por Jovem Pan
  • 10/02/2022 20h20
Reprodução/Twitter Homem negro Família de João Pedro encontrou jovem no IML

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou denúncia nesta quinta, 10, contra três policiais civis acusados de matar o adolescente João Pedro Matos Pinto, de 14 anos. João Pedro foi morto por um tiro de fuzil dentro da casa onde vivia, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 18 de maio de 2020. Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister serão réus por homicídio duplamente qualificado e por fraude processual, já que o Ministério Público alega que eles alteraram a cena do crime para simular um confronto com traficantes. A juíza Juliana Grillo El-Jaick, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo ainda determinou que os três sejam suspensos das funções públicas, não tenham contato com testemunhas do caso e familiares do rapaz e não frequentem dependências da Polícia Civil do Rio. Caso descumpram essas medidas, serão presos preventivamente.

A operação no Complexo do Salgueiro tinha o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão e foi realizada de forma conjunta pela Polícia Civil e a Polícia Federal. Após entrarem na casa de João Pedro e alvejá-lo pelas costas, os policiais civis teriam plantado uma pistola e vários explosivos no local, além de dispararem contra o portão da garagem da casa para simular um confronto. O Ministério Público considerou que o homicídio foi duplamente qualificado por ter motivo torpe (os policiais acharam que havia criminosos na casa, o que não era real) e dificultaram a defesa da vítima, por entrarem na residência de surpresa e com ampla superioridade de meios e recursos.

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