Justiça decide que professores não podem ser punidos por faltas durante greve

  • Por Estadão Conteúdo
  • 11/07/2017 16h36

Funcionários Marcello Casal Jr/Agência Brasil Professores realizaram movimento grevista entre 28 e 31 de março de 2017

A juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública da Capital, concedeu liminar na sexta-feira, 7, pleiteada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) para que a Fazenda do Estado deixe de consignar faltas e aplicar penalidades administrativas – demissões, dispensas e rescisões de contratos temporários – aos professores que participaram do movimento grevista ocorrido entre 28 e 31 de março deste ano.

As informações foram divulgadas pela Assessoria de Comunicação Social do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Na decisão, a magistrada determina ainda a suspensão de eventuais penalidades aplicadas e de rescisões contratuais dos docentes contratados temporariamente.

Consta dos autos que os professores que aderiram ao movimento “relataram ameaças praticadas por diretores de escolas dando conta de que os dias considerados como faltas relacionadas à greve seriam utilizados como fundamento para aplicação de penalidades disciplinares”.

“Também há informações sobre diversos procedimentos administrativos instaurados para a rescisão contratual de professores contratados temporariamente.”

Em sua decisão, a magistrada afirmou que a jurisprudência “é pacífica no que diz respeito à constitucionalidade do movimento grevista e que estão presentes os requisitos legais para a concessão da tutela de urgência”.

“A mera possibilidade de aplicação de penalidades administrativas e disciplinares aos que aderem ao movimento grevista compromete o próprio direito de greve. O artigo 37, inciso VII, da Constituição Federal, deixa fora de dúvida que a greve é fato legal, direito do trabalhador na luta de suas reivindicações.”

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