Lava Jato diz que ainda há dinheiro ocultado do esquema Cabral

  • Por Estadão Conteúdo
  • 21/03/2017 22h01
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O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral é levado preso na operação Lava Jato em viatura da Polícia Federal na sede na Praça Mauá

Fernando Frazão/Agência Brasil O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral é levado preso na operação Lava Jato em viatura da Polícia Federal - ABR

A força-tarefa da Lava Jato do Rio já recuperou cerca de R$ 400 milhões do esquema de corrupção liderado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). Os procuradores do grupo acreditam que ainda há “muito mais dinheiro escondido e ocultado” e outros valores devem ser recuperados.

Nesta terça-feira, 21, foram devolvidos ao Estado do Rio R$ 250 milhões e outros R$ 150 milhões estão retidos em uma conta judicial vinculada ao processo. De acordo com os procuradores, ainda não há destinação certa para os R$ 150 milhões, que serão liberados “em momento oportuno”.

Além do governo fluminense, a União também vai ser ressarcida em parte desse valor, já que também foi lesada pelo esquema de Cabral. “O que houve hoje foi totalmente atípico, foi a primeira vez que se teve a devolução tão rápida de dinheiro desviado dos cofres públicos”, afirmou o procurador José Augusto Vagos em entrevista coletiva após cerimônia de entrega dos valores, com a participação de autoridades como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O pagamento ocorreu antes mesmo do fim do processo.

Um dos motivos para a antecipação foi o “estado de penúria” do governo fluminense. O pagamento foi destinado para o acerto do 13º salário de 147 mil aposentados e pensionistas que ganham até R$ 3.200. A União receberá a sua parte posteriormente. “O fato é que a União será ressarcida no momento oportuno, no momento do processo. O processo vai seguir seu tramite, até transitar em julgado, as etapas serão vencidas”, disse Vagos.

O valor repatriado veio de acordos de delação com colabores, que receberam benefícios de prisão no regime semiaberto, além de acordos de leniência feitos com empresas envolvidas no esquema. Também inclui o valor desviado por Cabral (US$ 80 milhões), pelo operador Carlos Miranda (US$ 7 milhões) e Wilson Carlos (US$ 15 milhões). O dinheiro estava depositado em contas no exterior.

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