Lula insiste para que Planalto informe sobre suas 84 missões empresariais

  • Por Estadão Conteúdo
  • 15/11/2016 16h43
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BRA84. SAO PAULO (BRASIL), 20/09/2016.- Fotografía de archivo del 28 de marzo de 2016 del expresidente de Brasil Luiz Inácio Lula da Silva en Sao Paulo. El juez responsable por la investigación del gigantesco escándalo de desvíos en la petrolera brasileña Petrobras aceptó hoy, 20 de septiembre de 2016, los cargos por corrupción y lavado de dinero formulados contra Lula da Silva y lo convirtió por primera vez en reo en el histórico proceso. El juez federal Sergio Moro aceptó la denuncia formal presentada la semana pasada por la Fiscalía contra Lula, a quien acusa de haber recibido favores de una de las empresas beneficiadas por los desvíos en la petrolera estatal, según la decisión divulgada por su juzgado. EFE/Sebastião Moreira EFE/Sebastião Moreira Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - EFE

Alegando que não precisa antecipar sua estratégia, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta segunda-feira (14), ao juiz Sérgio Moro o pedido para que a Presidência da República encaminhe à Justiça Federal as informações sobre as 84 missões empresariais realizadas pelo petista no período em que ocupou o Palácio do Planalto, de 2003 a 2010.

O pedido faz parte de um conjunto de 16 solicitações que a defesa de Lula já havia feito no mês passado em resposta na ação penal em que é acusado de receber R$ 3,7 milhões em propinas da empreiteira OAS entre 2006 e 2012 relativas ao esquema de corrupção na Petrobras.

Diante do volume de pedidos, o juiz da Lava Jato havia solicitado que a defesa do ex-presidente esclarecesse melhor a necessidade do material. “Frise-se ao afirmar que tais missões não constituem objeto da denúncia, desconsiderou que a peça acusatória afirma de forma leviana, registre-se, que os dois mandatos presidenciais do primeiro peticionário constituiu em uma perpetuação criminosa no poder. Inegável, portanto, que o pleito possui estreita ligação com o objeto da denúncia”, assinalam os defensores do petista, que é réu também na Justiça Federal em Brasília acusado de organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência internacional em favor da Odebrecht em Angola.

Os advogados de Lula pediram novamente ainda que seja requisitado ao Congresso a relação de todos os projetos de lei da Presidência durante as gestões do petista, bem como as emendas apresentadas e o quórum de votação. Também solicitaram todos os procedimentos de tomadas de contas e de auditorias do Tribunal de Contas da União envolvendo a Petrobrás entre 2003 e 16 de janeiro de 2016.

O principal argumento para reiterar todos os pedidos é o de que não cabe à defesa antecipar sua estratégia. Diante disso, alegam os defensores do petista, o motivo para as solicitações será esclarecido ao longo do processo contra o 

ex-presidente, que responde ainda a uma ação penal em Brasília acusado de agir para tentar obstruir a delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.

As acusações contra Lula, ora sob crivo do juiz Moro, são relativas ao suposto recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio de um triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo e do armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela empresa Granero de 2011 a 2016.

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