Mais de 90 enfermeiros morreram por Covid-19 em um mês, aponta levantamento

Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) há 11 mil enfermeiros afastados do trabalho devido ao coronavírus – as mulheres são as mais afetadas

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2020 16h26
EFE/Orlando Barría

Um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) revela que, entre 5 de abril e 5 de maio, o número de enfermeiros afastados do trabalho pelo novo coronavírus aumentou 48 vezes, saltando de 230 casos suspeitos e confirmados para 11 mil. O relatório aponta ainda que as mortes triplicaram no período, passando de 30 para 98 óbitos em um mês. Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro lideram o ranking.

A categoria somava 12 mil afastamentos até o último domingo. As mulheres são as mais afetadas: elas totalizam 10 mil afastamentos e respondem por 60 das 98 mortes notificadas ao Cofen.

Óculos de proteção

A rápida progressão da Covid-19 entre os enfermeiros fez o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, buscar mais recursos para a campanha que distribui óculos de proteção aos profissionais de saúde que atuem em hospitais e a entidades de classe.

A falta de proteção ocular representa um risco para a saúde pública, afirma o oftalmologista. Um estudo da Academia Americana de Oftalmologia (AAO) alerta que os olhos e o nariz estão interligados pelo ducto lacrimal que pode levar o coronavírus a todo sistema respiratório.

Além disso, outro recente estudo italiano, divulgado pelo Instituto Spallanzani, revela que o Sars-Cov-2 é ativo na lágrima de uma pessoa contaminada que apresente conjuntivite.

Queiroz Neto ressalta que a conjuntivite não é comum na covid-19, mas o resultado desses estudos explica o motivo de a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar o uso de óculos de proteção durante o atendimento de casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus.

*Com informações da Agência Brasil

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